quarta-feira, 17 de março de 2004

Notinrio

O Aviz (este homem tem valor, caneco), uma vez mais, deu-me a conhecer este blog que assume uma causa: anti-Rock In Rio. E aproveito o tema para dar a minha opinião sobre a problemática deste festival. Detesto o imperialismo cultural brasileiro, abomino tudo o que seja música comercial, fartei-me de festivais.
O Brasil, essa multinacional de favelas, sociedade ainda esclavagista, líder mundial em exportação de carne branca, é um país que me dá pena. Então o ar de peru emproado com que qualquer brasuca se nos aparece faz-me logo pensar em coisas menos correctas politicamente. Em matéria cultural só temos “ fast food” e, tirando Drumond, Caetano e Bethânea, nada de maior conseguiram em 200 anos de independência.
A música comercial é coisa que sempre detestei (ainda me lembro de ter reagido muito mal à fulminante ascensão dos U2, o que para mim era um sintoma de “música comercial”- erro meu, andava mais entretido com “Tangerine Dream” e outras couves). Mas se o tal festival tem mecenas, patrocínios, acho normal que assim seja.
Em matéria de festivais juro que não vou a mais nenhum. O último foi Vilar de Mouros com “Manu Chao” e cansei. Cansei daquela gente toda de um lado para o outro, dos miúdos bêbados e fumados, das organizações mal preparadas e do péssimo alinhamento dos grupos. Evidentemente que abrirei excepções caso venha cá gente da estirpe de Neil Young. De maneiras que prometi a mim mesmo ir apenas a concertos (quem viu Lou Reed, em Coimbra, sabe bem ao que me refiro).

Por todas estas razões o “Rock In Rio” será um evento a não ver, mesmo nos directos da Sic Radical.

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