Volto ao tema do anterior post, certo de que aproveitaram a oportunidade para conhecerem um pouco de Richard Zimler (os que já conheciam façam o favor de ignorar esta observação). Ontem foi um daqueles momentos televisivos em que fiquei completamente grudado no écran. Eu sei que estou a ser um tanto "snobe" ao reforçar que vi uma entrevista cultural. Aceito até que me chamem pseudo intelectual. Numa época em que anda tudo virado para o futebol e para as eleições, ninguém quer saber se o Altino Torres viu determinado programa. Concordo. Humildemente, dou o braço a torcer. Dou o braço a torcer porque, de facto, vejo ser dado cada vez mais relevo aos escritos superficiais. Qualquer um pega em meia dúzia de caracteres, alinha-os, dá-lhes uma certa pontuação e, entre duas ou três frases, atira um "fode-me", ou um "quero que me comas". E o povo adora, vai atrás. O povo está a ficar pipi, juro que está. E por isso eu peço que me deixem falar de um escritor. Nem que seja para dizer que ouvi o que ele tinha para contar. Nem que seja para dizer que ele demorou três anos para que uma editora pegasse no trabalho dele. Por isso peço que me deixem desabafar.
Agora podeis ir. Podeis correr atrás dos idiotas que , em nunca tomando um livro nos braços, se julgam autênticos pais da escrita, astros do teclado. Ide, tendes um blog à beira de um simples clique. Corram. Eu tenho a minha ignorância e , por isso, sou um homem feliz.
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