segunda-feira, 14 de junho de 2004

“Scotch Brit”

Boa noite. Deixemos a política, e as eleições europeias, para os “políticos” (eles estão a sair-se muito bem, aqui na blogosfera) e falemos de futebol. Se tanta gente se absteve de votar e atendendo ao facto de que as audiências mostram um grande interesse pelo Euro 2004, e se a adesão dos portugueses é aquilo que se sabe, então, falemos de futebol.

Eu vi Portugal a jogar mal. Vi os jogadores abaixo daquilo que lhes é normal. Também acho que o Scolari falhou, principalmente por se ter preocupado com a sua imagem, em prejuízo da qualidade futebolística da “Nacional”, enquanto equipa de futebol no seu todo. Estou desalentado, obviamente, e também considero que “A vitória seguinte é tão possível como a derrota pretérita” (brilhante esta frase, não acham?). Aguardemos. Sejamos positivos.

O meu querido amigo Orlando atira-se à nação benfiquista como sendo estes os verdadeiros pais da derrota portuguesa de sábado. Eu bem sei que para ele, e para tantos outros portistas, é difícil o paradoxo que a seguir explico: no tempo de um Benfica Europeu ( note-se que venceu duas taças dos campeões consecutivas, sendo que, só nessa década, foi a 5 finais da mesma prova) a base da selecção nacional era toda ela constituída pela equipa do Campeão Europeu – o Sport Lisboa e Benfica. E custa muito aos portistas verem a base da sua equipa campeã europeia ser ignorada por quem decide. É frustrante, percebo. Mas eu também sou capaz de ver o problema deles. Não me custava nada ver na “Nacional” alinharem o Baía, o Ferreira, o Carvalho e o Valente. Depois o meio campo com o Mendes, o Costinha, o Maniche, e o “Mário Coluna” deles, o Deco. E, por absurdo, até admitia a naturalização do Derlei, e a destituição do Scolari em favor do Mourinho e até mesmo a impugnação do Madaíl em favor do Pinto da Costa. Mas, face a todas estas mudanças, e tendo como base aquilo que tenho visto da França, da Inglaterra, mesmo da Suécia e da Dinamarca, tenho sérias duvidas que conseguissem fazer melhor que a “Nacional” do mouro Humberto Coelho que, apesar de perseguido foi só capaz de descobrir o Costinha e encostar à box as vacas sagradas de então.

Deixando o mundo do absurdo, agora muito sinceramente, o que não sou capaz de admitir é que, após um jogo da selecção, o azul aponte o vermelho e o vermelho aponte o verde, para a seguir o verde apontar o azul, numa “pescadinha de rabo na boca” , acusando-se mutuamente, flagelando-se sem perceberem que devemos ser os únicos europeus a ter essa prática parola, saloia, mesquinha e perfeitamente provinciana. Alguém vai dizer em Inglaterra que o “Scotch Brit” lá do sitio é melhor que o Beckham só porque este falhou um penalty? Vai?

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