Nem sei por onde começar. Se foi bom? Se estava à espera? Se sofri? Se fui para a Ribeira com a mulher e os putos? Se encontrei um escocês que nos abordou e disse que estava absolutamente contente? Se fiquei rouco? Se acabei bebendo mais umas tantas cervejas? A resposta é um sim global, absolutamente positivo.
E tenho muito para dizer, obviamente. Dentro daquela perfeição transcendental, como equipa, tenho muito para falar. De como Rui Costa me encheu de orgulho, de como o treinador mostrou sagacidade e tudo o mais, para além da sorte. De como o Simão soube, só como ele sabe, colocar a bola no sítio certo para o golo. De como o Hélder mostrou a sua raça. De como o Deco, esse luso-brasileiro, humildemente deixou o Rui brilhar e trabalhou tanto lá atrás. Tanta coisa para dizer. De como foi hilariante estar a ouvir o Carlos Magno, naquele programa tardio que lhe deram, e os contribuintes o pagam, para dizer mal do Scolari e fazer a apologia dos “seus” jogadores. De como ele entrava em conflito com ele próprio e de como Carlos Amaral Dias o sossegava profilaticamente, sem magoar.
E uma coisa me salta da mente, indelével, abrupta: Staline conseguia apagar da história, das fotos oficiais, todos aqueles que ele considerava proscritos. Lembrei-me disto, assim revoltadamente. Os estalinistas da nossa praça nunca conseguirão retirar da fotografia esse proscrito que dá pelo nome de Ricardo Pereira. Os deuses tudo fizeram para que fosse ele a brilhar. Deixaram Rui Costa marcar, mas disseram: “Hoje tem de ser o outro a brilhar mais alto”. E assim foi. Glória aos melhores. Curvem-se em reverência, se fazem favor.
Uma palavra final para os nossos compatriotas na Inglaterra, os que embalam carne e apanham morangos lá bem longe de casa, os que não estão acomodados em magnificos cargos institucionais, os que mostraram o coração lusitano, os que sofreram momentos de terror. Esses merecem todas as comendas. Porque é deles a gesta heroica de serem portugueses.
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