segunda-feira, 12 de julho de 2004

sei de muitas desistencias

Carlos Abreu Amorim deixou de blogar por falta de tempo, disse-o ele. Fico triste pela perda de um dos melhores bloggers que conheci desde que, há cerca de um ano, me lancei nesta aventura. E fico triste porque aprendi muito com a sua forma de estar na blogosfera. Um homem de ideias muito diferentes das minhas. De direita e portista, CAA nunca escondeu a sua capacidade de encaixe, maturidade intelectual, e honestidade comunitária.

(o periodo do post que se segue contém um lapso. De facto o que ali conto passou-se com outro blasfemo - LR - que esteve no almoço de Maio. As minhas desculpas pela gafe)

Tive também o prazer de o ter conhecido pessoalmente, no almoço de bloggers realizado em Maio, no Porto. E como fiquei contente por o ver ali sentado, de espírito aberto e acolhedor. Foi um dos que me mostrou que pode haver gente que não se esconde no pedestal do “blog-referência”, como era o caso do seu “Mata Mouros” e, já nessa altura, do Blasfémias. Ainda me lembro das palavras que trocámos e de como ele ficou surpreendido comigo (perdoem-me a imodéstia): estávamos a falar de política, esquerda/direita/partidos. Às tantas sai a pergunta: “de que partido és”. Eu, de pronto respondi: “Sou comunista, PCP. Nada de Bloco de Esquerda”. E ele, perspicaz, pergunta-me: “conhece a malta do PCP aqui do Porto?”. “Não, não sou militante”, atirei eu. “Se eu um dia entrar para o PCP serei expulso no dia seguinte”. Ele percebeu a minha resposta. Deve ter verificado que tinha ali à sua frente um tipo difícil, um “irascível”.


Sei de muitas desistências e li muitos lamentos. Tocou-me a mim, desta vez, lamentar. Não é um sentimento de perda mas sim um simples “Até breve, Carlos, foi um prazer comunicar”.

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