terça-feira, 30 de novembro de 2004

ontem e hoje

Isto dá que pensar.
Há cinco meses atrás ninguém queria Santana no governo porque tal coisa era a catástrofe, aliás como se viu. Há cinco meses atrás o PS era liderado por Ferro Rodrigues que, apesar de estar em baixa, pedia eleições antecipadas. Por outro lado o PCP continuava a lidar com os seus complexos e via-se em Carlos Carvalhas muita lisura mas pouca postura.
Hoje o país está diferente. Tem um PS forte, com um novo e legitimo líder e, mesmo assim, não foram audazes ao ponto de pedirem a cabeça do primeiro-ministro – nem de longe nem de perto. O PCP mudou na continuidade, significando isto que os comunistas querem continuar a lutar da mesma maneira que sempre lutaram e ponto. O PSD também mudou, e muito. Teve um congresso que legitimou o governante sem que os opositores internos tenham sido capazes de dar um murro na mesa (para que conste refiro-me à mesa do congresso) e foram banidos dos órgãos mais importantes os poucos que ainda resistiam lá dentro (os partidos são todos democráticos, até este).
Hoje, dizia eu, o país está diferente e vai eleger Sócrates para governar.
Hoje sinto pena dos militantes do PSD, ao vê-los em romaria pelo labirinto da sua orfandade, a clamar por um pai. Metem dó!
E o Bloco, bem, o Bloco não existe. Não passa de uma loja de “Sopas e Volta”.

aliviado?

Tudo indica que vamos ter eleições dentro em breve. Afinal a borrada foi tanta que já não está em causa a economia ou a instabilidade institucional.
Navegar é preciso!
Fantástico! Muitos fazem festa, os célebres pensadores da coisa estão a abrir garrafas de champanhe. Apetece-me perguntar: acaso ireis eleger os outros? Os da outra banda deste bairro de irresponsáveis? Quanto nos custará essa mudança para o mesmo?

segunda-feira, 29 de novembro de 2004

roubado

Alguém me sabe dizer quem é que manda na RTP? Ia para ver os "Sopranos" e eis que me aparece a anabelamotaribeiro. Dasse!!! Consultei o site da RTP e eis que fico a saber que a serie mais profilática de toda a televisão portuguesa foi substituida pela já vista e excelente serie "Anjos na América" que por sua vez irá passar de seguna a sexta na dois. E o "24 horas" de quarta-feira? Cruzes!Ninguém tem mão nestes gajos?

eu há coisas

Eu há merdas que não leio. Paulo Coelho, por exemplo, é uma delas. Também nunca li qualquer livro saído de um blog, o que não quer dizer que seja mau (o putativo livro).
Impressiona-me é a hipocrisia que grassa nas editoras, o lucro fácil. Tanto escritor jovem e com ideias, tanta capacidade artística para escrever e as editoras apostam sempre nos mesmos cavalos, tipo Trapatoni. E os cavalos arreganham as fuças de contentes e mandam-se para a pista convencidos disso mesmo, do lucro.

Eu há merdas que me fazem ir aos arames. Como a merda de gente que anda por aí, aos poucos, a insinuar que vai haver um encontro no dia 5 de Dezembro. Eu há merdas que não sei. Estarei com ciúmes, podem dizer, mas a verdade é que me irrita haver merdas destas. Se os gajos querem ser a elite não há necessidade de insinuações esquivas, referências marotas. Para mim sois como putas de estrada que mostram a zona púbica a quem passa. Ninguém quer saber disso para nada, a menos que goste. E eu não gosto de putas.

Eu há merdas que me cansam. Saber que há gente que não quer eleições. Esses partidos de merda que, fartos de saberem que o governo tem de cair, não o reclamam porque ainda não é a melhor maré para o ataque ao poder.
Eu há merdas que nem rosas!

circo ao povo

Estamos no advento, senhores, o que aí vem é uma época festiva e não vão faltar tendas multicolores espalhadas por essas aldeias. O mestre de cerimónias, trajado a contento, anda de novo numa roda viva. Vai auscultar o equilibrista, depois o segundo e o terceiro. Os palhaços, aqueles que dão graça à coisa, tentam animar o publico com meia dúzia de manobras e outros ensaios humorísticos. Comprem os ingressos já! Não percam o maior espectáculo do mundo!

sábado, 27 de novembro de 2004

o que diz Pacheco

Segundo li no “GLQL” Pacheco Pereira escreveu um artigo sobre blogs na revista Sábado referindo-se mesmo a meia dúzia deles. Por coincidência sou leitor de todos os blogs citados, mas acho que a melhor parte do post do José (do GLQL) é a ultima. Convinha que lessem.

vagens

Faço um enorme esforço para perceber a orientação dogmática que paira na cabeça dos bloquistas quando toca a reflectir o PCP.
Os bloquistas sim, uns tipos assim ao estilo do Daniel Oliveira, essa vedeta que eu nem conhecia de lado nenhum e que agora é, a par do Castelo Branco e da Cinha Jardim, mais um subproduto da cultura dos “media-dependentes”, uma raça de gente que começou a invadir o nosso sossego intelectual, desde o tempo da Noite da Má-língua. Foi ali que nasceu o Serrão, o Zink, a Júlia Pinheiro e outros feijões verdes. E é assim, nos dias de hoje, que temos que gramar outras vagens da mesma semente: a futilidade programática.
E são bloquistas como este que escrevem coisas tão barbaras que só são ultrapassadas por aforismos sem igual desse presunto sem sal que dá pelo nome de Paulo Coelho e que falam de melros, pão e outros pássaros novos e, claro, uma serpente, que me fazem afirmar: “isso dizes tu, ó maior!”.

anda-se neste mundo

Um gajo sabe que a vida vai mal. Anda-se neste mundo com a sensação de que tudo nos cai em cima, de que o raio da sorte só acontece aos outros. Um tipo esfalfa-se para ganhar a vida, tem ambições e fica espantado quando as coisas não saem bem. Um homem tenta uma explicação para a merda da vida que é tão madrasta, o salário que não dá para nada e o raio do endividamento que nos come a cor do cabelo. Um gajo olha para os filhos a crescer e só pensa em como dar a volta por cima, para que eles possam tirar um curso e encontrar uma oportunidade para a vida deles que aí vem. Um gajo esfola os neurónios, não a ler ou a pensar como é que há de dar a volta ao filho da mãe do governo, cambada de incompetentes, esfola os neurónios, dizia eu, para encontrar soluções de sobrevivência. Caminhos menos áridos para superar a responsabilidade de estar cá, ser pai, cumprir com os compromissos. Um gajo fode-se bem, acreditem.
E um gajo, de repente, vai ao café de sempre, toma o mesmo café de sempre, embora mais caro, fala com as mesmas pessoas de sempre e, de repente, um amigo conta-lhe: “sabes o que aconteceu com fulano? O filho dele está em coma devido a um acidente de mota”. Um acidente de mota, cuja culpa fora toda de um filho da mãe que não parou no stop e assim, mandou o miúdo para uma cama do hospital de Gaia, em coma. E o nosso amigo, fulano mais cheio de graça e felicidade por ter os seus filhos, a sua casinha, o seu trabalhinho, e com a sua horta e os seus patinhos e feliz também por ter cerveja fresca em casa, por estar a ver os filhos quase criados e encarreirados, no fundo ele também um homem de luta constante por uma vida boa, vê-se assim destroçado, desamparado pela puta da sorte desta vida.
Eu continuo cheio de problemas para levar a minha vida avante. O meu amigo, enfim, perece na negritude da fatalidade.
Bom sábado.

sexta-feira, 26 de novembro de 2004

irritam-me...

...certos tipos que falam tanto contra os monopólios e a evidente concentração de influencia nos órgãos de comunicação social. Mas "cum carailho", esses gajos bem falantes não se negam a aparecer em tudo o que seja jornal, televisão ou editora! Ainda por cima bem pagos! Irrita-me isso! Em nome da "VOSSA" coerência, só por isso. Fosga-se que não aparece nenhum patrão de imprensa, editora ou canal da rede cabo a dar-me algum a ganhar! E eu que tão precisado ando, caralho.

Desculpem a linguagem mas eu quando me irrito digo palavrões.
Aliás se eu tivesse um piano de cauda deixava-o cair em cima do vosso carro.

evidentemente

Sou marxista-leninista.

hard core

gente assim.Vêem uma coisa diferente (não me refiro ao futebol praticado pelo Benfica) e desatam a reclamar. Mas isto vem a propósito para dizer que eu gostei de ouvir uma mulher a comentar um jogo de futebol ( para os mais estratosféricos estou a referir-me ao Benfica Dinamo de Zagreb de ontem ) e adorei ainda mais as expressões de bobos dos comentadores machos da nossa RTP, sempre que procuravam “meter-se” com a caxopa. De resto, só não gostei quando ela, a caxopa, atirou, e cito de cor, “ e agora uma expressão muito feminina…” e eu à espera de algo arrebatador, “ não se podem fazer omeletas sem ovos”, finalizou a moça. Raios, fiquei desiludido, esperava algo mais inteligente, mais hard core, sei lá. Ora bem, mas gostei da boa onda da caxopa e de ouvir o Gabriel Alves afirmar, com ar de Francisco José Viegas, que o Dínamo era uma equipa da quarta divisão europeia. Fantástico! De maneiras que ainda tenho esperança de ver essa frase citada no Aviz.
Há gente assim, é claro. O que é quilhão de fazer?

um post sem nada

O que é um blog?

quinta-feira, 25 de novembro de 2004

farting num

Eu era para fazer um post assim:

"Senhor fulano, sabia que é possível falarmos de alguma coisa e, ao mesmo tempo, negarmo-nos a ver um filme sobre esse tema? E que ao afirmarmos que nos recusámos a ver um filme não estamos a dizer que não falámos sobre determinado assunto?
Grave, Sr. fulano, é dizer que a outra parte mente, por via disso. Ora tome juízo sim? Pode gravar."

Mas prefiro perder algum tempo com coisas menos rasteiras

dispa-se

Mostre um pouco de si.Tenha coragem! Vá aos comentários e faça um Ctrl+V e mostre-nos a ultima coisa que copiou.

quarta-feira, 24 de novembro de 2004

terça-feira, 23 de novembro de 2004

zás

Ontem fui fechar um negócio numa empresa de média dimensão. Apresentei o último preço mas o administrador colocara uma última objecção:
- Olhe parece-me tudo muito bem mas a duração de contrato deveria passar de 24 para 12 meses.
Um homem nestes casos sente que a coisa não pode parar aqui e zás:
- O Sr. engenheiro está-me a dizer para eu telefonar a alguém para me autorizar a alterar o prazo do contrato. Olhe que eu vou telefonar e saiba o Sr. engenheiro que se eu obtiver resposta positiva só saio daqui com o contrato assinado.
-…
- Veja o visor do telefone. Posso ligar?
-...
- Fulano, olha estou aqui reunido na firma tal com o administrador e o assunto é coisa e tal, de modos que quero saber se autorizas.
-Pode ser.
-Pode ser Sr. engenheiro!
-Bom, mas tenho de assinar já?
- Tem, tem, Sr. engenheiro. Alias vai assinar com a minha esferográfica.”

E Zás.

que causa

Há uma coisa que me faz espécie (que lindo termo este!): um tipo decide-se em “parabenizar” tudo o que é blog de referência aniversariante. Ele é parabéns para aqui, votos de continuação de bom trabalho para ali, mais link menos link, e lá está a opção educada e, mais ainda, civilizada, que isto de se ser bom tem muito a ver com paninhos quentes. Acontece que de quando em vez, um tipo deixa escapar qualquer coisa. Salta à evidência a necessidade de reforçar que está a ser sincero naquele ramalhete de odes cibernéticas. E um tipo chega mesmo ao ponto de escrever coisas tão evidentes como “Parabéns. Sinceros”. Um tipo, de tão coiso de ser mesmo sincero, que é o mesmo que “ pá eu dou parabéns porque é de bom-tom e gosto que saibam que eu sei que há existências e eu leio e coisa e tal, mas contigo é diferente pá! É sincero, ouviste? Eu gosto mesmo de ti e quero que saibas isso, pá. Temos uma relação pela frente! Nunca te esqueças que eu existo”, ou seja, acaba sempre por mostrar o quanto hipócrita deve ter sido sempre que “parabenizou” os outros, sem ter escrito que o fez com sinceridade. Fui sincero?

tá lá?

Tou, sôtôr? É fulano, da administração do “food-i-do”! Tá bom?
Era para lhe dizer que adorava que o senhor doutor organizasse um almoço aí para os lados de Vila Real. Estou cansado de jantaradas em Gaia, Lisboa e Beja (os três principais pólos intelectuais do país, a seguir a Vila Real claro). Podia ser na Régua sabe? A malta ia de comboio do Porto até à Régua. Estou certo que o sôtôr conhece um tasco qualquer, disposto a servir uma posta ou um naco de carne de cerdo suculenta e vinho. Que me diz?
Fico a aguardar as suas prezadas notícias e olhe que não vão faltar celebridades!

segunda-feira, 22 de novembro de 2004

Hoje deito “gershwin” no meu blog e demonstro um momento de grande sensibilidade. Oiço as teclas a baterem e a rodopiarem e elevo-me com elas, de júbilo. Hoje sinto, hoje permaneço insustentavelmente flutuante. Pensam que minto ou finjo?
Enganam-se! Hoje eu sinto.
Um homem normal, que é o que eu sou, tem dias assim. Um homem perfeitamente normal, aluado quase sempre, deixa-se surpreender por momentos destes. Cuidam que não? E tem-se imortal e grande e tudo o mais.

Ah! Que bom!

Êxtase assim, meu deus, dai-mo todos os dias. O trigo da minha alma, o alimento da minha existência.

É!

É o meu filho que me põe assim, meus senhores. É chegar a casa e ter disto, filhos que nos esperam todos os dias e, sem querer, nos fazem engrandecer. Que coisa! Que coisa!

Eu era capaz de vos contar mais, mas ele não ia gostar. Não ia não senhor. E eu não conto e pronto.

Tentei apenas dizer-vos um sentimento.
Boa noite.

e ele a dar-lhe

Toda a gente sabe o que é o centralismo democrático dos comunistas e toda a gente adora criticar aquela coisa burlesca dos vermelhos. Eu também não gosto nada daquela forma de funcionar no partido que mais vezes levou o meu voto.
A ironia disto tudo é que no PCP, hoje por hoje, vamos vendo alguns fogachos de discussão e perenes tentativas de mudança, o que não é pouco. Por outro lado, assistimos bem recentemente a um congresso do partido dominante, onde a democracia foi "viola em enterro" e os principais opositores ao regimen foram viola, concertina e rabecão, actuando bem fora do pavilhão municipal de Barcelos. Por ultimo, "last but not the least", António Capucho parece confirmar o óbvio: "nos congressos partidarios não se exerce democracia nenhuma". Ó homem, cale-se lá!!!

ainda o referendo

Parece que anda meio mundo preocupado com a pergunta do referendo e com o tratamento indigno que é dado ao povo, ao sempre ignorado ignorante povo.

Eu gostava de colocar a questão ao contrário, ou seja, a malta ia ao referendo e recebia um boletim onde apareciam duas pequenas palavras: sim e não. Ora a malta depois escrevia uma frase para cada resposta. E assim aferia-se das capacidades gramaticais, e outras que tais, dos portugueses em contraponto com as capacidades interpretativas dos tipos do bloco central.


domingo, 21 de novembro de 2004

e é isto

E passei eu o resto da tarde de hoje a tentar perceber se o Daniel Oliveira que aparece no “eixo do mal” é o mesmo que assina toda aquela vivacidade no Barnabé.


E lá fui eu para o café do costume ver se seria desta que o meu Benfica passaria os “cabeçudos”. Nada disso. O Trapatoni só ainda não foi recambiado para Itália porque o Porto está a fazer uma péssima campanha. Caso contrário já levava oito pontos de avanço, oito.
Honra seja feita ao Rio Ave que mostrou muito bom futebol e muita coragem Oxalá o consiga e queira fazer quando defrontar o excelente Futebol Clube do Porto (escrevi isto tudo por extenso porque dá graça ao texto).

1 em cada 5 bloggers escreve coisas interessantes, o que dá a bonita média de 20%, tenho a certeza.

Eia pai é o pau”. Esta foi a primeira frase que o meu filho aprendeu a ler na escola. Aprendeu-a mas não a aceitou muito bem porque achava que nenhum filho deste mundo teria o mínimo interesse em dizer semelhante coisa ao pai. Ainda por cima com um enfático “eia”.
Coisa de mestres-escola, já se vê. Estão ali duas consoantes, repetidas, no meio das cinco vogais. Fica fácil assim.

Não se metam, pois, por aí a escrever ”eias-pai-é-o-pau”. Façam o favor de escrever coisa que valha a pena ser lida.

sexta-feira, 19 de novembro de 2004

fodeibos

Andava eu entretido a ler blogs e já estava a adorar este post do FJV (estibestes benhe páz) quando li “estou grávida”. Lindo mesmo! Depois vi que a lolita voltou e o Orlando continua a malhar em tudo o que é rabêta. Apanhei mais uma comichão ao ler o “pungente” Barnabé, claro! Sempre mais do mesmo, rapazes, foda-se!!! E passei pela 100nada que continua sem inspiração alguma e vê-se numa carga de trabalhos para dar sustento à clientela. Raios mulher, a fama obnubila-te o génio que há em ti.
E depois ainda me passou pela cabeça escrever qualquer coisa sobre o referendo de que se fala. Caguei! Por mim o melhor que podia acontecer era haver mesmo referendo e que ganhasse o “não”. Passaríamos a ter um referendo “playstation” que é como quem diz: votas “não” mas isso não vale porque o referendo deixa de ter credibilidade.
Claro que este post está uma merda mas isto é mesmo assim. Um tipo não tem que ser certinho toda a vez que bloga, que eu fiz hoje mesmo uma massa com castanhas e bebi uma murganheira fresca e fiquei um pouco zonzo.
Estou “tresloucado da caixa córnea” e ainda “aquerdito” que o Benfica vai ser campeão. Pois claro.
Ademais ainda não li o resto dos blogs diários (abrupto incluído – sem link) e nem sei se estacione nos sítios mais românticos e outros becos de poesia a granel. Veremos.
Entretanto a minha filha está mortinha por ligar o “msn”. Tenho pois que me apressar.
Olhem, fiquem bem.“Fodeibos”.

diferenças


concordam?

quinta-feira, 18 de novembro de 2004

cuidado ll

Os perigos dos telemoveis de 3ª geração!

cuidado

Tu que és pai, gostas de levar o teu filho ao parque, és um tipo metrosexual. Tem cuidado porque tu podes passar por um breve momento de desconcentração.

acerca de crianças

Se nos detivermos à volta da problemática das instituições de acolhimento de menores certamente que, sendo nós tão sensíveis a estas causas, identificaremos inúmeras situações com as quais não estamos de acordo. É o caso da Casa do Gaiato, essa instituição de “brend name” instituído, tal como a Cerci é já uma marca de sucesso no caso da deficiência mental (o assunto “Cerci” fica para outra oportunidade).

Eu defendo, declaradamente, que uma criança que sofre já, de forma perfeitamente cruel, a mais penosa das desgraças humanas que é a ruptura com a célula principal da sua construção como ser humano (a família), jamais deveria ser colocada em ambientes alternativos (a Casa do Gaiato, por exemplo) onde, para além de tudo, ela tenha que lavar a loiça, ir para o campo, pintar as paredes e chapar massa, de entre outras coisas que nunca por nunca elas fariam sistematicamente se tivessem tido “outra sorte” na família.

Ora a Casa do Gaiato obriga a este tipo de vida às crianças que acolhe. Outras casas também o fazem, evidentemente. Isso pode não ser considerado como “ maus-tratos” numa perspectiva de senso comum. Mas são “maus-tratos” sim porque é urgente que na mente das pessoas passe a residir que o conceito de “maus-tratos” vá muito além das meras práticas de violência física, sevícias e outras situações mais complexas. Maus-tratos é, essencialmente e quando estamos a falar de crianças, privar essas mesmas crianças de um conjunto de vida, de quotidiano o mais próximo possível do conceito de “ pedagogia da felicidade”. Essas crianças carregam nos ombros o jugo da separação da família. Têm culpa? Porque raio de carga moral se impõe a uma criança separada da família a hercúlea missão de pagar o seu sustento com o seu corpo?

Meus senhores, eu bem sei que a Segurança Social tem técnicos válidos e percebo onde eles querem chegar. O problema está nas mentalidades. Repensem o vosso conceito de “maus-tratos” (se quiserem estendam-no para outros domínios). A forma como olhamos uma criança, a compaixão compulsiva que empregamos para com uma criança destroçada pode ser um acto declaradamente impregnado de maus-tratos.

o mundo antigo


Aqui dispõe de um excelente guia multimédia do mundo antigo.

quarta-feira, 17 de novembro de 2004

dança jerónimo

Eu tenho de escrever qualquer coisa sobre a previsível nomeação de Jerónimo de Sousa para secretário-geral do Partido Comunista Português.
Sou comunista, embora não militante, e portanto, devo confessar que a notícia de hoje me afecta particularmente.
A um comunista como eu nada se pede, nada se exige, dada a sua independência, de facto, em relação aos circuitos de poder. Mas de um comunista como eu pode esperar-se uma opinião, sem se estar à espera de uma certa “barnabeização” (arre diabos, que palavrão!) da coisa. Não acho nada que isto seja uma má notícia para a esquerda, se quiserem. Acho que isto é apenas uma péssima medida para os comunistas.
Um comunista não anda no bloco nem se alia a bem-falantes, betos de charro na beiça e calças coçadas, embora caríssimas e de marca.
Um comunista deve pensar comunismo. Daí que eu tenha ficado desiludido. Porque espero ainda uma renovação dentro do partido, porque desejo uma mensagem nova de esperança e de capacidade de trabalho e porque me revejo no desaparecido João Amaral, no seu legado.
Fico desiludido, portanto.
Ainda para mais numa época em que muita gente necessita de um PCP realmente capaz de acrescentar um gesto de dignidade à vida politica portuguesa. Vejam bem o que se passou hoje no parlamento: show off, apenas e só show off. Há alguém, alguma força politica, algum grupo de reflexão realmente capaz? Não há. O país está falido de valores, meus senhores. O nosso país já não vai lá só com “pachecos” e “marcelos” (simples criações do “show-business” politiqueiro). O nosso país precisa de um braço realmente amigo, um braço decididamente acolhedor. E Jerónimo de Sousa não fará outra coisa que não seja dançar, e mal, uma ou outra marcha popular que lhe venha a ser destinada pelo mestre-de-cerimónias deste folclore nacional.
Fico triste pois.

erotismo


Isto é uma coisa que vale a pena explorar. Roman Kasperski.

tudo muda?

A internet realmente muda os hábitos das pessoas. Vá aqui e comprove isso mesmo. e se ler os comentários verá que outros não mudaram nada.

procurando o futuro grande "porn star"

aqui e, em caso de interesse, envie o seu C.V.. aproveite o facto do outro estar ocupado.

Ctrl+V

Ok, clique nos comentários e faça Ctrl+V. Mostre a ultima coisa que copiou. Vai fazer-lhe bem.

terça-feira, 16 de novembro de 2004

é o mundo, meus caros

Pois é, o fenómeno pindérico da quadra natalícia já paira no ar, nas montras e na blogosfera.
Façam lá os vossos enfeites, as grinaldas e os presépios. Porém, não me enviem cartões electrónicos com merdas perfeitamente supérfluas sobre a paz e o amor e outras hipocrisias de pacote. Chega. Não quero nada dessa treta, ouviram?

Reparei, também, que o “contra informação” de domingo foi abruptamente cortado. Fiquei parvo. Não que não esperasse que alguém tentasse comandar a coisa. Parvo sim, porque pensava que já não havia disto num país habituado à liberdade. Falta saber o que dirão os autores e mentores daquele excelente programa. Eu fico chateado, é claro que fico chateado.

Um homem só, atreveu-se a falar contra o partido, dentro do partido, no seio do partido, enfrentando o aparelho e toda a cambada de jagunços que o compõem. Outros, porém, preferiram o desprezo, permanecendo à margem, tranquilamente, e aguardando novos capítulos para depois, e mais uma vez tranquilamente, mandarem umas farpas, como se a sociedade de hoje fosse a mesma do tempo dos da geração de 70.
Que esperar de homens como estes?

Cavaco reapareceu, qual pinheirinho de natal, e parece que tem alguma luz. Destila a mesma retórica e continua o mesmo espanta pardais de sempre. Há quem o queira à frente de um novo partido do centro direita. São os mesmos que, noutros tempos, faziam parte do aparelho, comiam da mesma gamela e aplaudiam a bipolarização da vida politica portuguesa. Ora essa!

A mulher de Toni Soprano acabou por ir para a cama com o director da escola onde o filho estuda. O homem gostou mas, dada a merda de mundo em que vivemos, não foi capaz de descortinar o prazer que uma mulher tem em dar uma boa queca e acusou-a de interesseira, de alguém que fodia apenas para atingir determinado objectivo. É o mundo, meus caros.


segunda-feira, 15 de novembro de 2004

manias

Comecei a blogar em Julho de 2003. Escolhi, à época, este template, depois fui alterando umas coisas. Numa época de modas e citações "cucci", os templates não escapam ao sabor dos catálogos. Assim, resolvi retomar a velha imagem. Quase tal e qual o primeiro "food-i-do".
E voltaram os comentários porque acho que sim.

domingo, 14 de novembro de 2004

salitre

Guerra, morte, livro. Escrever, falar, ver. Andar, coxo, perdido. Leite com chocolate. Proposta. Tomar banho. Dormir.

sexta-feira, 12 de novembro de 2004

momento zen

O Daniel Oliveira a recomendar o livro do Mexia e o Mexia a recomendar o livro do Barnabé. Um dia destes na Sic Notícias.

furor zen

"O natural pudor bloguístico do circunspecto Aviz"

gargalhada zen

"Escreveu João Pedro da Costa em 12-11-2004 às 17:55:

Um sincero obrigado, Paulo. Estas merdas mexem mesmo comigo.

(Quem é essa Catarina?)"



quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Tomei conta de um recado e não o entreguei. Guardei-o para mim e não sei o que fazer dele. Um grande fardo este recado.
E quanto mais tempo passa mais pesado fica o fardo. Do recado.
E o recado anda triste porque nunca tinha visto um recado ficar preso e olha-me com ar de vítima, recusando-se a aceitar as minhas objecções.
Antes mal dado do que assim guardado, afirma ele seguro de si.
Ando aqui a pensar numa solução radical, num meio de satisfazer os anseios próprios de quem é recado. Mas não sei se ele concorda. Ele é um tanto malcriado e, assim arrecadado, pode ficar zangado.
Não queiram ter de lidar com um recado enganado.

quarta-feira, 10 de novembro de 2004

Como já devem ter percebido, os barnabés vão editar um livro sobre o seu magnifico blog. Esses sim, são os verdadeiros artistas. A confirmar-se o evento quero desejar o maior sucesso de vendas a um conjunto de textos que foram escritos gratuitamente.
Não há dúvida de que este artigo está interessante. Uma abordagem acertada sobre este mundo (a blogosfera) e o outro (o que vem a seguir). Temos pois uma espécie de “AB-DB” (antes da e depois da). Façam o favor de o ler.

Não percebo, porém, as motivações que levaram o autor desse texto a referenciar-me como um possível contemplado com boas perspectivas “DB”. Sinceramente penso que foi um acaso, fruto de uma simples coincidência.
Eu não tenho audiências e escrevo coisas avulsas. Eu não sou académico, não vivo na grande Lisboa, nem sequer sou anónimo. Dou a cara e a careta. Refilo muito e muitas vezes mal.
Não tenho, em suma, quase nada a ver com aquilo que diz o autor do “esperando o tal godot, ou isso”. Isso para mim está claro.

Um tipo como eu, aliás, apenas tem um blog por simples desconcertação, nada mais. A um tipo como eu ninguém iria convidar para escrever uma crónica, aparecer na televisão ou coisa parecida. E um tipo como eu não está em condições de rejeitar o que quer que seja.
Um tipo como eu, aliás um tipo qualquer, tem um emprego muito mal pago e chamam-lhe “Director Comercial”. Sente-se tão realizado com isso que pondera seriamente encontrar um trabalho em “part-time”, fazendo pizas ou servindo-as, para conseguir mais uns trocos e tentar pagar os compromissos que tem. Um tipo como eu teve que ir para Espanha amarrar ferro, e foi, e só assim pôde pagar os mil e um livros escolares para os seus queridos filhos. Um tipo como eu adoraria receber mais algum se fosse possível. A lavar pratos ou a escrever merdas na imprensa, dá o mesmo. Mas não digam, por favor, que um tipo destes, um gajo fodido, anda aqui a ver se consegue um tacho. Isso é muito básico.

terça-feira, 9 de novembro de 2004

De resto, foi por de entre as velhas roulotes e os oleados amarrotados que o vi, branco e muito magro, cabisbaixo.
Oh meu velho herói, não sei nada de ti. Apenas te digo que te vi e lembrei-me que fui em tempos menino. Oh meu velho artista, magro branco e cabisbaixo herói, um dia fizeste-me feliz. Pudera eu devolver-te essa graça.

falando tarde

As eleições havidas nesse país de todos os contrastes, a América, sim, a América! (um dia todo o planeta será “a América”), já foram devida e sabiamente escalpelizadas, rescaldadas e até requentadas por esses media afora.
Olhando o “2004 Election National Results” da revista “Time” (sim, assino a revista “Time” porque também sou de contrastes), apercebo-me de que as mulheres casadas votaram maioritariamente em Bush (54%/45%).
Raios! o país onde as mulheres, as desgraçadas e continuadamente descriminadas mulheres, as sectariamente mal tratadas mulheres, encontraram espaço para gritar e subir bem alto ao patamar da sua inevitável afirmação perante o jugo canhestro de uma sociedade misógina é, hoje em dia, uma afirmação retrógrada e cangalheira da dignidade feminina. Aqui perdem as mulheres e perdem todos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2004

extra extra

"O porto venceu um jogo muito importante. Dominou o Sporting como quis e ganhou folgadamente por tres golos sem resposta"

Isto, meus senhores, é uma notícia. Ainda bem que eu leio blogs.

e por falar em bosta

este blog está a ficar mais peneirento do que aquilo que o seu autor é de facto. vou tirar-me daqui.fui.

o eixo do mal

foi uma bosta de programa. nem vale a pena acrescentar mais nada.

sábado, 6 de novembro de 2004

Nada apetece, a neura.
E sonhei uma coisa terrível. Um amigo meu morto, jazendo num enorme caixão em plena sala de estar. Uma sala grande e cheia de gente. O meu amigo, ali deitado, parece dormir como todos os mortos. E eu a vê-lo mexer-se, a abrir timidamente os olhos. Levanta-se, combalido, cara branca dos mortos. Diabos, o moço está vivo.
Um coisa fascinante este sonho. Raios de emoção. E o pior é que eu ainda tive tempo para lhe ver as costuras da autópsia a provarem-me duas coisas: ele esteve morto morrido e, por certo, não lhe retiraram nenhum dos seus magníficos órgãos vitais.
Raios de emoção quando ele (quase escrevia o nome do meu amigo) se abraçou a mim, a mim sim, que ficou ali provado quem era o seu melhor amigo de sempre. Foi a mim que ele se dirigiu e me pediu, aflito, para o levar a uma casa de banho. Atirei-o para cima da sanita e as costuras estavam lá, ainda muito mais marcantes. Raios pah, vais ficar com essa marca para toda a vida. Ainda bem que é para toda a vida, dizia ele.
Uvas pah, tu comes muitas uvas.

Não consigo encontrar uma boa razão para aparecerem os grãozinhos de uvas, aos milhares.
Que sonho.
Por isso hoje acordei com a neura.

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

"Teoria é quando se sabe tudo e nada funciona. Prática é quando tudo funciona e ninguém sabe o porquê. Nesta universidade, conjugam-se teoria e prática: nada funciona e ninguém sabe o porquê"
Cartaz de uma universidade do Nepal

Caro Besugo, não gostei nada de saber que o distinto colega de "esfera" vai adoptar uma postura passiva, digamos assim. Veja lá se revê a coisa porque eu gosto de o ler e penso, muito sinceramente, que a partir destas "desconstruções", de primarismos também, acabámos por nos submetermos a uma espécie de "reelaboração do ego". Acho eu, que nem tenho nada a ver com isso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2004

A punheta McDonalds.

Sim que eu não sou de meias palavras. Há gente que anda deprimida e há gente que ficou mais feliz. Gente nossa. Daqui. Gente que viveu estas eleições até à exaustão. Masturbaram-se tanto e agora procuram uma resposta para seus precoces êxtases ou dolorosos priapismos.

Ah, mas sosseguem. Esta gente de merda depressa esquece. Rapidamente voltará às suas vidinhas e andarão de mão em mão à espera do melhor “banner”, do melhor pregão, muitas vezes um fútil e pobre, de feio, pregão. Esta gente é assim. Hoje mordem-se porque alguém foi eleito, amanha tudo será igual. Que se fodam todos. Esta é a minha mensagem cambada de coralistas, mais mal pagos uns que outros, coralistas sempre. Habituados a ler pautas de ouvido, muitas vezes de pernas para o ar. Ide para o raio que vos parta e não me venham dizer que estais tristes. Devíeis estar tristes por nós, os que estão aqui e sofrem. Hipócritas.

pronto, pronto

Terminou a festa “BK”.
Vejam lá se ficam todos felizes que para depressões já nos basta a Pátria. Ademais, o que se pode concluir aqui é que em democracia quem manda é o povo. E se os “size me up” escolheram assim, eles lá têm as suas razões. Não somos nós muitas vezes levados a votar em quem afinal nos desilude?
Pela minha parte, anti americano confesso, resta-me tentar perceber o que leva um americano a votar, ainda por cima num dia útil (creio eu), em Bush. Mas é um assunto que tentarei resolver em silêncio, em paz.

segunda-feira, 1 de novembro de 2004

fragmentos de Outono

Se por acaso me olhasses um segundo mais, se parasses o teu tempo nesse olhar, se me deixasses fazer aquela expressão, por certo me abraçarias muito forte e eu ficava assim, consolado, a sentir o teu peito.
Era assim que eu lhe falava. Coisas destas, piegas quase sempre, mas muito intimas. E ela tentava fingir que não percebia a minha linguagem.
Era num tempo em que as folhas de Outono caíam mais devagar e o frio miudinho, este frio fingido, fazia-nos apetecer um beijo quente.
Naquele café cheio de gente, da mais variada gente, saboreei o meu momento básico, primário e filho da mãe como o caraças: o Benfica acabara de marcar o golo redentor.
Aquele golo saído dos pés do Simãozinho, nado e criado em Alvalade, a fazer vinte e cinco anos, foi uma prenda para mim. Um grito, desta vez cheio de vida, de energia, brotando das minhas entranhas, de incontida alegria estonteante: “chupa”.
E para comprovar que sei ser bem agradecido, que sei apreciar quem nos faz bem, no próximo dia oito de Novembro serei sportinguista desde pequenino.

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