segunda-feira, 22 de novembro de 2004

Hoje deito “gershwin” no meu blog e demonstro um momento de grande sensibilidade. Oiço as teclas a baterem e a rodopiarem e elevo-me com elas, de júbilo. Hoje sinto, hoje permaneço insustentavelmente flutuante. Pensam que minto ou finjo?
Enganam-se! Hoje eu sinto.
Um homem normal, que é o que eu sou, tem dias assim. Um homem perfeitamente normal, aluado quase sempre, deixa-se surpreender por momentos destes. Cuidam que não? E tem-se imortal e grande e tudo o mais.

Ah! Que bom!

Êxtase assim, meu deus, dai-mo todos os dias. O trigo da minha alma, o alimento da minha existência.

É!

É o meu filho que me põe assim, meus senhores. É chegar a casa e ter disto, filhos que nos esperam todos os dias e, sem querer, nos fazem engrandecer. Que coisa! Que coisa!

Eu era capaz de vos contar mais, mas ele não ia gostar. Não ia não senhor. E eu não conto e pronto.

Tentei apenas dizer-vos um sentimento.
Boa noite.

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