segunda-feira, 31 de maio de 2004


Descobrir isto foi um enorme prazer que só poderia vir de uma pessoa como tu.

Quanto a isto, vou já ali ao AMC com a Maria.

a frase

Mesmo quando estamos deprimidos e ninguém nos liga nenhuma há sempre um vírus informático que nos manda um email.


vamos lá ver uma coisa

Vamos lá ver uma coisa. Espontâneo como sou, por vezes até demais, reagi de pronto à classificação que o blasfemias deu ao blog do alex. Dou o valor que dou a essas cenas e, para o caso, não concordo que o dito blog esteja entre os dez piores. Manifestei-me, sou assim. Agora não posso deixar de registar, com espanto, que o Alex está a dar uma importancia compulsivamente desajustada ao assunto. E cumpre-me afirmar, já que ele se referiu ao almoço de Bloggers, que eu estive lá e procurei travar conhecimento com todos os bloggers. E, no caso do blasfemo presente, devo dizer que tive o prazer de conversar com ele e afirmo que gostei muito de o ter conhecido. Não vou aqui, obviamente, debitar o que falei e com quem falei, nesse encontro. O que vivi deu para aprender, deu para crescer mais um bocadinho como homem e como blogger. Não gosto muito é que se utilize um convivio, e o que por lá se diz e ouve, como arma de arremesso para debater um assunto tão simples e banal, como é o caso da avaliação de um blog. Aliás, seja em que circunstancia for, o que eu ouvi fica comigo. O que eu vivi fica connosco.

domingo, 30 de maio de 2004

sortes


Eu nasci em casa. Numa casa alugada, pobre, despojada. Sorte diferente da de Tom Waits que nasceu num táxi. Outros tiveram de nascer sabe-se lá onde, e em que circunstancias. Parto normal, “cesariana”, debaixo de bombas ou sem tecto. Em “berço de ouro” ou em “alegre casinha”. Eu sei que nasci em casa. E tu? Onde nasceste tu, companheiro?

a frase

"O Boris é meu amigo. É um daqueles desportistas que me faz acreditar que há grandes pessoas no mundo do desporto"

Michael Douglas, referindo-se a Boris Becker, em entrevista à RTP, por acasião da cerimónia "Laureaus".

sábado, 29 de maio de 2004

se eu tivesse uma bomba estoirava-te os cornos...de borla


«Em Portugal é fácil pôr uma bomba num estádio porque podemos sempre encontrar uma pessoa corrupta»
Esta frase é de MARTIN Kallen, responsável da UEFA no Euro-2004. Como é que um boi destes anda aí à solta? Barrancos com ele.

post corridinho

Esta noite cheguei a casa às três e meia . ainda enviei uma mensagem: “Amor, apetece-me dormir, ainda ficas por aí? Diz qualquer coisa”. A resposta foi breve: “A Isabel leva-me, beijos”. De modo que fui dormir.
acordei tarde, e, barulhento, acabei por acorda-la também: “Então, como correu...chegaste tão tarde”. “Nem sabes o que nos aconteceu, ficámos prezas dentro do elevador, no prédio da Claudia. Uma hora à espera do técnico. Cinco mulheres num espaço exíguo. Uma anedota.
Ouvi com interesse e até me ri de algumas cenas, engraçadas claro, de uma "estória" que até acabou bem , mas nada aconselhável a pessoas como esta.

A Inês Alva apareceu em forma no seu Azimutes. Depois de um “omnia res...” (que não sei o que significa em concreto, mas tinha dado para perceber em abstracto) dois excelentes textos, do melhor que leio por cá ( “há que tempos”).

Já tomei um café e fumei um cigarro. E também vi no tchnorati que o hipocondríaco relacionou a cor acre das suas fezes, que religiosamente cheira , apalpa e o mais que lhe faça não diz, ao meu “food-i-do”. Parece que, pelo menos um blog gostou da ideia. Pelo menos registou o facto. E ainda bem que assim é. Em nome da liberdade de expressão.

Vou fumar.


sabado. 2.30 h da manha. em mais uma investida no "o meu mercedes", fui surpreendido com um concerto, ao vivo, dos Norton. confesso que não conhecia estes miudos cheios de talento e arte em fazer e tocar musica alternativa. gostei.

...e também descobri que têm um blog.

ribeira

sabado, uma da manhã. a praça está cheia de gente. numa das suas fachadas projecta-se um filme, num grande telão. a noite está amena. é o porto de vida que acontece. é a minha cidade que mexe. eu vivo esta cidade, sou dela entranhado.

sexta-feira, 28 de maio de 2004

o alex do blog

O meu querido amigo Alex (conheci-o no almoço de bloggers no Porto) reagiu à classificação infeliz que o Blasfémias atribuiu ao seu excelente "Blog do Alex". Mostrou coragem, independência e honestidade intelectual. Convenhamos que um tipo que faz um blog tem a expectativa de ver apreciado o seu desempenho enquanto editor. E, sejamos honestos, as audiências são um barómetro muito aglutinador da motivação e da energia que empregamos no nosso bloguito. Ora a “tendência neo-liberal de pensamento único”, que leva a que certos artistas de cena se arroguem a classificar o trabalho dos outros, existe também aqui porque, eles mesmos, sabem que têm audiência. Julgam-se a “Vanity Fair” cá do sítio. Atiram-se a estas andanças como se estivessem a classificar um filme ou mesmo uma peça literária. Claro que os Blasfemos poderão dizer, como já li noutros casos: “Caro Alex, não se abespinhe dessa forma! Trata-se apenas de um blog, nada de vital para as nossas vidas. Vocês é que levam isto muito a sério.” O que está aqui em causa nem sequer é se isto é a sério ou a brincar. O que importa saber aqui é se realmente temos alguma coisa para dizer ou partilhar. O que importa saber é se muitos dos que cá andam são pessoas honestas ou se não passam apenas de um bando de dissimulados, manipuladores, que se servem de uma “moda” para exporem, pura e simplesmente, as suas vaidades em confronto com as audiências, sem deixarem de delimitar o espaço restrito que julgam, erradamente, ser coisa de poucos.

Caro Alex, abespinhe-se à vontade. Defenda-se, imponha a sua marca, o seu cunho pessoal. Eu gosto e até notei que o amigo nem precisou de se agarrar à brilhante audiência que tem; pelo contrário, criticou de forma clara, concreta e concisa. Foi enérgico e firme, esclarecido. Eu gostei, repito, porque vi nas suas palavras uma coisa que tem sido rara: honestidade.

quinta-feira, 27 de maio de 2004

Memory


One had a lovely face,

And two or three had charm,

But charm and face were in vain.

Because the mountain grass

Cannot keep the form

Where the mountain hare has lain.

WILLIAM BUTLER YEATS

an(danças)

Hoje a discoteca Lux, em Lisboa, apresenta ao vivo os "Scisor Sisters", um grupo de "dance music" bem à maneira (já devem ter ouvido aquela versão do "Confortably Numb" dos Pink Floyd num estilo "BeeGees") . Para quem gosta do estilo é de aproveitar.

uma alegria

O “food-i-do” associa-se, evidentemente, ao sucesso portista na Liga dos Campeões. Foi bonito ver aquela equipa a ganhar de forma tão evidente, a parecer fácil. Foi ainda mais bonito ver a alegria dos seus adeptos e, de certo modo, de todos os portugueses. Mostraram saber ganhar e, inteligentemente, perceber que era hora de partilhar tal sucesso com a nação, tão deprimida, tão sem rumo. Uma alegria, pois.

Compete-nos a nós, benfiquistas, apreciar com regozijo o encanto desta vitória internacional. E não devemos dar crédito a tudo o que vier a ser dito, ora por gente anónima, ora por figuras públicas, que possa ir ao encontro da provocação, ressentimento, arrogância. Todos sabemos que o Porto joga bem e merece ganhar. Também é publico que eles não são assim tão bons a perder. Tomara que este sabor de vitória predomine sobre os anafados, sobre todos aqueles que utilizam uma sensação tão boa como arma de arremesso.

quarta-feira, 26 de maio de 2004

isto também é engraçado


veja aqui o cyborg que há em si.

coisas

isto é realmente estupido, mas tem graça.

serralves em festa


A Fundação de Serralves vai celebrar, nos dias 5 e 6 de Junho, o 15º aniversário da sua instituição e o 5º do Museu de arte contemporânea com uma festa de 40 horas sem interrupção. Para além de um concerto no prado que assinalará o regresso à Europa dos míticos “Television” de Tom Verlaine e a reunião dos portugueses “Três Tristes Tigres”, marcado para sábado dia 5, estão ainda programados mais de cinquenta eventos para todas as idades e de entrada gratuita. Haverá concertos de jazz, música electrónica, música contemporânea, uma festa com os DJ’s Trevor Jackson e Trash Converters, teatro para adultos e crianças, teatro de marionetas, performances, sessões de cinema para crianças e adultos, circo, oficinas temáticas para crianças e famílias, visitas guiadas às exposições, ao Parque e à Casa de Serralves. As cinco exposições patentes no museu estarão abertas durante 40 horas seguidas e estão programados debates e conferências que juntarão em Serralves diversos artistas e personalidades ligadas à arte, à arquitectura e ao paisagismo. A festa de Serralves ficará ainda marcada pela realização de uma Feira do Livro de Arte e um Mercado no Parque no qual serão vendidos produtos agrícolas produzidos na quinta de serralves. Associaram-se a esta festa diversas instituições como a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, o Teatro Nacional de São João/TECA, a Casa da Música, a Culturporto – Rivoli Teatro Municipal, a Casa da Animação, o Teatro Nacional de São Carlos, a Culturgest – Caixa Geral de Depósitos, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Institut Français de Porto, o Balleteatro Auditório, o Festival Internacional de Marionetas, Panximia/Projecto Papelão e a Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo.

[texto retirado da página web da fundação]

percursos numa manhã de primavera


a caminho


ponte da arrábida (pormenor)


ponte da arrábida


vento


foz do douro


a ponte é uma passagem


pinheiros na cidade


av. boavista (viaduto)


nó de francos


VCI (radares)


via norte (entrada)


via norte (guarda fiscal)


a velha efacec


via norte


maia


super bock a dar com um pau


via norte (lindo)


a maia


zona industrial


ainda rural

terça-feira, 25 de maio de 2004

Récitas


Os Blasfemos CL, CAA, GS, PMF e LR, ficaram doidos com a bojarda noticiosa da SIC sobre a possibilidade do Benfica vir a perder a Taça e os dois últimos jogos do campeonato. Tudo fazem para dar razão de ser ao nome do blog, para onde emigraram. Mais valia que lhe chamassem “O Pasquim”. Mas isso é outra conversa – vamos ao facto do dia. Então os senhores, entretidos com os jaquinzinhos tão apetitosos e gordos, caíram na esparrela montada pelo Aguiar e seus acólitos (o Albuquerque da gravata blasfema)? Então os da lagartagem queriam ver anulado aquele maravilhoso golo do Geovani, aquele remate de 30 metros-30, marcado ao grande Ricardo? Então os senhores da pilantragem portista queriam que a taça de Portugal fosse imediatamente enviada para a alcova tripeira ? Mas isso era muito fácil: ganhassem. Tivessem marcado mais golos. Os da lagartagem queriam o 2º lugar? Não perdessem quatro jogos de rajada – levavam sete pontos de avanço, lembram-se? Agora querem o quê? Que se apague tudo? Que se pegue numa cabala ressentidamente cozinhada pelo Guilherme Aguiar, “apenas e tão só” (como ele tanto gosta de dizer) para rasteirar o Cunha Leal e provocar eleições na Liga? Para “blasfemos” contais pouco, já vos digo. E olhai que eu nem sou doutor, nem sou de posição. Mas “culambista” também não sou, ai isso não. Escandalizou-vos a ida do Filipe Vieira á Sic? Acaso sabeis que ele não sabe declamar José Régio? Isso causa-vos espécie? Um homem que veio do nada, um “Zé-Ninguém", está claro, a demonstrar ter tomates para desmontar uma cabala no lugar certo, onde ela teve eco. Estais mal habituados meus caros. Podeis destilar, aí no vosso blog, toda a vossa fúria intelectual, bolorenta. Certamente tereis muito eco. Mas devo dizer-vos, em nome da minha independência moral, profissional e política que o povo está atento. O povo não precisa que citeis récitas de moral e bons costumes. O povo precisa é de tomates. Vocês têm?

segunda-feira, 24 de maio de 2004

Vilar de Mouros é com ele


Este gajo vem a Vilar de Mouros. E faz hoje anos (thanks Sónia).
E amanha, terça-feira, vai passar no TNT o filme "Pat Garrett and Billy The Kid".

e pronto


E pronto, já é oficial. O Camacho vai para Espanha. E a tropa portista anda feita num embaraço porque se fala que o Scolari vai para o Benfica. Se já não gostavam dele pelo que fez ao Baía, agora, caso esta notícia se confirme, é que o detestam mesmo. Vá lá, ganhem lá a "champions" que assim tudo passa, tudo cura. Já tenho saudades do acantonado a escrever sobre as vitórias portistas.

extra extra


Tom Waits em Portugal.Veja pormenores aqui.

isto não é uma anedota

Como sabem, daqui a poucos dias vai começar o “Rock In Rio” em Lisboa. E quem vem aqui há algum tempo sabe que eu sou contra esse evento. Ontem estava a fazer “zaping” e dei com um brasuca muito meloso e bem-falante a dar uma entrevista. A minha mulher disse-me logo: “não quero ver esse gajo”. Era o gajo da organização do tal festival. O tal festival que vai ser organizado por brasucas.Eles organizam festivais e nós vamos lá ganhar os concursos para as redes telefónicas. Uma boa troca, sim senhor.
E em homenagem à brasucada que insiste em fazer anedotas sobre os portugas, eu deixo aqui uma resposta que dei, espontaneamente, a um brasileirinho que me perguntava: “Tu sabe como se apresenta o james Bond, né? Ele diz: meu nome é Bond, James Bond. E tu sabe como ele diria se fosse portugueis? Ele diria: meu nome é Quim, Joaquim. “… (risos). Foi quando eu lhe disse, assim de repente: ”E se fosse brasileiro diria: meu nome é Zola, Gayzola”. Morou seu Zola ?

urso menor

Li ali no Orlando uma pequena polémica sobre a homofobia. Ele reafirma aquilo que sente em relação ao tema e não receia falar do assunto sem ser “politicamente correcto”. Acho muito bem. Que mal tem ele colocar ursos e casais no seu blog? Isso afronta alguém? Eu, Altino Torres, não tenho nada contra os homossexuais, os panilas ou rabichas, ou o que lhes quiserem chamar. Mas sendo eu um heterosexual, evidentemente que não me associo à onda gay que prolifera nos “média” em geral. Não leio, ponto. Não me interessa saber a vidinha cor-de-rosa de gente dessa, nem de qualquer outro tipo de gente, aliás. Conheço até um vizinho gay que vive de modo perfeitamente normal e só sei que é gay porque me disseram. Ele vive com um companheiro e faz uma vida social perfeitamente discreta e sensata. Agora quanto aos gayzolas que se pavoneiam, que se exibem e que desatam numa postura tipo “olha para mim que eu sou panilas”, quero que se fodam. Quase sempre digo para comigo: “paneleiros do caralho”. Sou homofobo? Sei lá se sou. E se for é crime? Sei lá se é. Eu só sei que não me interessa nada a vida deles e até fico espantado porque é que há tipos “hetero” que perdem tempo a ver as merdices dos panascas. Deixem-nos, eles que se engatem e que sejam felizes. E eles, os “panas”, que deixem de me chatear a consciência. Eu não posso ser culpado da sexualidade dos outros. "Jamias".

segunda

Segunda. Manhã outonal, céu argênteo (anda-me, grande léxico). No fim-de-semana que terminou fiz alguns progressos. Consegui enviar a declaração de impostos e arranjei tempo para vacinar o meu Pongo Manuel. Por entre uma visita à minha mãe, ainda li um livro sobre a “padralada” e vi uma peça no “Odisseia” sobre exorcistas na península Ibérica. Não vi nada sobre Oliveira de Azeméis (o parque La Sallete deve continuar lindo).
Desta vez não vou colocar aqui uma foto de barcos e apresto-me a dar por terminado este “post”. Outros se seguirão, ora doces ora azedos, como convém.
Boa semana

domingo, 23 de maio de 2004

Silencio

Domingo. Acordei tarde. Olhei o “mundo” e vi cenas de um casamento. Parece que alguém casou e convidou meio mundo para a boda. Recusei amavelmente.
Acabei de ver um doc. No canal 2 sobre Kurosawa. O homem dizia: “se pegarem em "mim" e subtraírem “filmes”, o resultado é “zero”. Pois claro. Ide lá ver se sobrou algum rissol da boda. Eu vou continuar a ler o “Silencio”, de José Nuno Pereira Pinto, que me foi gentilmente oferecido pela Jacky.

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imagem: © 2004 - Virgílio Amorim

sábado, 22 de maio de 2004

lágrimas

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Há em mim uma vidraça que me protege das lágrimas que o meu corpo chora. Ela não deixa que tu sintas a minha tristeza. Ela é fronteira entre os meus pólos.

imagem: © 2004 - Nuno Manuel Seleiro

sexta-feira, 21 de maio de 2004

estas conversas


Ouvir Young dá-me para escrever destas coisas. Ontem estive no Perestroika Café, o Hernâni tinha chegado de mais uma viagem por essa Europa, e estivemos um bom pedaço à conversa. É sempre bom termos amigos destes, gajos que, por força da sua profissão, visitam outras cidades europeias, e como o Hernâni não é, nem de longe nem de perto, o protótipo do “camionista-barrigudo-que-passa-os-tempos-livres-no-camião”, acaba por ter sempre coisas interessantes para contar. E lá me foi dizendo que Marselha está demais, com as discotecas e bares cheios de gente, bem disposta e apelativa. Mas Espanha é mesmo a rainha da noite. Não há noites quentes como as espanholas. Tudo o que é bar está repleto de vida. Eu ouvia o meu amigo e pensava para comigo: nós aqui, neste país, somos mesmo uma não realidade. Somos uma espécie de gente adiada que desata a envelhecer, fazendo das rugas o relatório de uma vida de casa trabalho, trabalho casa. É impressionante a forma como desperdiçamos o nosso clima, as ambiências próprias de latinos que somos.
Estas conversas, ao cair da meia-noite, fazem-me desejar, por vezes, pegar no carro e mandar-me daqui para fora. Por vezes apetece.
Hoje é sexta-feira e pronto. Mais um fim-de-semana, mais um copo. Muita gente também, mas pouca substância, franqueza quase nenhuma. Estou triste pelo olhar inseguro daquela moça que passa no bar. Estou sinceramente desapontado com a reserva moral que paira nas mentes deste povo que atina, e faz de si uma montra, nada mais. Eu não quero montras, quero um barco onde possa viajar.

[fotografia de © 2004 bruno alves - pode ver mais aqui]

quinta-feira, 20 de maio de 2004

novos links

adicionei mais uma resma de links ali na coluna da direita:
  • MyMoleskine
  • Doce da Avozinha
  • Congelo em S. Francisco
  • Nem Moscas Nem Mosquitos
  • Entre o sono e o Sonho
  • Wildblue
  • Portugal Profundo
  • Ideias Soltas
  • Nevoeiro de Luz
  • Mentecapto
  • Com Pinga de Sangue
  • Pecola
  • Preceitos
  • Cinema Xunga
  • WcPato
  • Ma-Schamba

  • o casamento

    Lolita, a mui querida colega da blogosfera, atirou para cima do seu “Blogame Mucho” um tema muito interessante: o casamento. Li com gosto e apeteceu-me logo expressar o meu ponto de vista sobre o terceiro “sacramento” católico (depois do baptismo e da comunhão, antes do funeral, espera-se).

    Ora bem. Eu sou casado há 16 anos, logo, suponho ter alguma experiência sobre o tema. Acontece que antes de ser casado já era maluco, disperso, extrovertido. Casei cedo e nunca aceitei de bom grado o ciclo altamente sedentário que o casamento impõe, apesar de sermos todos muito modernos. Depressa me cansei de permanecer em casa a engordar e nem sequer me lembro de ter acolhido um casal que fosse, naqueles jantares atrofiados, cheios de salamaleques e conversas à volta de bibelots, ou vendo aquele filme empastelado, mas que é do gosto dos convidados. Para mim não dá. Quanto ao relacionamento com a minha mulher, nada mais simples: ajudo no que posso e dou graças a deus por ela aceitar, a custo, aquela regra judaico-cristã de que a mulher tem de engomar e andar à volta dos tachos (confesso que não sei engomar mas sou um artista na arte gastronómica). Isso até nem é o que mais arrelia um casamento. O que verdadeiramente destrói os casamentos é o enfado, o compromisso do compromisso. Eu explico: nunca me hão-de ver a conviver com os amigos da minha mulher, só porque são amigos dela. Nunca hão-de ver a minha mulher a jogar poker e a beber cerveja com os meus amigos, só porque eu gosto. Nada disso. Amigo não empata amigo. Seguindo esse princípio, garanto-vos que o amor, chamem-lhe o que quiserem, nunca desce, jamais acaba. Porque há sempre descobertas a fazer-se, enquanto casal. Há sempre um laivo de loucura em cada olhar, em cada aroma. E nem falo dos filhos, porque a esses eu amo demais e nunca serviriam para sustentarem o meu casamento. E para terminar eu passo aqui, um pequeno excerto de uma conversa que tive com a minha mulher há quatro dias atrás, para perceberem bem onde pode estar esse tal amor de que muitos duvidam: “que queres para o almoço? língua ou espetada?” respondi de pronto: “tu é que tens que me dizer o que queres”. Ela retorquiu com paixão: “Sabes bem que eu quero sempre as duas coisas”. Eu só tenho é que dar, mainada.

    cotações

    Com a convocatória de Moreira para a Selecção AA a cotação internacional do jovem jogador do Benfica não pára de crescer. Um Agente FIFA declarou mesmo que Moreira já vale dois Euros.

    tinta de sangue

    Quinta-feira. É necessário coragem para por o dedo na ferida. É preciso não se ter medo de dizer as coisas. Estou farto desses judeus imperialistas que exterminam inocentes. É urgente uma palavra forte de condenação. Não se admite toda esta hipocrisia à volta de textos e mais textos. Por mais que se esforcem, não conseguem desfazer em mim toda a revolta e todo o nojo que sinto pelos israelitas. São um povo que se reinventa, em cada dia, através da imposição da força, seja bélica seja económica. E todos os fariseus que os seguem, que os aplaudem, que os defendem são um esterco que me dá vómitos. Ide para lá, sois como eles. Não se admite a falta de respeito por seres humanos, inocentes, crianças, cidadãos que se transformaram em alvos humanos de um estado terrorista. Não há pior terrorismo do que aquele que surge da legalidade de um estado de direito. Por isso vos digo: tudo o que escreveis a favor de Israel é escrito com tinta de sangue, vermelho, que jorra da foice cruel do imperialismo

    quarta-feira, 19 de maio de 2004

    augustina bessa-luis (prémio camões 2004)


    Garras dos sentidos


    Não quero cantar amores,
    Amores são passos perdidos,
    São frios raios solares,
    Verdes garras dos sentidos.


    São cavalos corredores
    Com asas de ferro e chumbo,
    Caídos nas águas fundas,
    não quero cantar amores.


    Paraísos proibidos,
    Contentamentos injustos,
    Feliz adversidade,
    Amores são passos perdidos.


    São demências dos olhares,
    Alegre festa de pranto,
    São furor obediente,
    São frios raios solares.


    Dá má sorte defendidos
    Os homens de bom juízo
    Têm nas mãos prodigiosas
    Verdes garras dos sentidos.


    Não quero cantar amores
    Nem falar dos seus motivos.

    a farsa

    veja aqui a farsa.

    bom dia

    Quarta-feira. Acordei tarde e estou um pouco constipado. A cerveja anda morta e insípida mas eu insisto, e acordo tarde. Vou tomar um banho, ler jornais e talvez não me importe nada com a canícula, o transito e a falta de negócios. Nem sei se faça a barba.

    terça-feira, 18 de maio de 2004

    tu merecesMoreira.jpg

    O Benfica leva seis jogadores, seis, à Selecção Nacional, com especial destaque para Moreira, o futuro guarda redes titular da Selecção Principal, que vai participar também no europeu de Sub-21. Se tomarmos em conta as convocatórias de Fyssas (Grécia), Sokota (Croácia) e Andersson (Suécia), bem podemos nós, benfiquistas, estar orgulhosos destas nove águias.

    Será que este gajo vem a Portugal?




    Já agora fiquem sabendo que este gajo empresta a sua voz à banda sonora do novo "Shrek 2", na figura de um pianista com uma só mão e canta "litlle drop of poison" ( Nick Cave também participa ). Se o simpático "Ogre" já era uma grande e divertida história, a sequela promete ser mais uma delicia.

    ai como os tempos mudam


    «Inesquecível a festa. A multidão saiu em peso à rua para homenagear o nosso sucesso e fomos obrigados a subir ao tejadilho do autocarro para agradecer-mos o carinho dos milhares de adeptos, que não paravam de nos aplaudir»,

    Esta frase aparece impressa no jornal "A Bola". Fiquei parvo. Aquele jornal ensinou-me a ler, no tempo do Alfredo Farinha, Carlos Pinhão, Vitor Santos, etc. Agora está feito nisto. É o reflexo da falta de preparação, ao nível do português escrito, que os novos jornalistas transportam das universidades para as páginas dos jornais. Isto é preocupante, meus caros. E triste.


    PS: e não me venham dizer que foi erro do computador.

    ATENÇÃO


    Um erro de interpretação levou Pinto da Costa a comprar seis mil bilhetes para o festival de música Rock in Rio, convencido de que se tratava de uma sessão de apedrejamento público a Rui Rio, presidente da Câmara Municipal do Porto!

    A confusão reside na tradução literal de Rock in Rio, que é "pedra no rio". O erro também se deveu ao facto de Pinto da Costa não ter conseguido obter a opinião da sua habitual conselheira para assuntos mediáticos, Maria Elisa, que estava incontactável em Londres, onde exerce actualmente funções de adida de imprensa na embaixada portuguesa.

    Foi a própria organização do Rock in Rio que percebeu que alguma coisa estava errada quando receberam um telefonema de um funcionário do clube azul e branco perguntando "quantos calhaus é que cada pessoa podia levar para o recinto".



    segunda-feira, 17 de maio de 2004

    post que não deveria ser post (porque sou xunga)

    apenas cumprimentar o cl e o gs por considerarem este blog "de fugir" (pese embora eu seja contra a iniciativa deles de classificarem blogs - adiante). realmente é mesmo essa a sensação que tenho sempre que o digníssimo autor me aparece, no technorati, em constante actualização. parece dizer-me: "doi-me + ainda se não botas aí um link do meu blog". e não percebo que interesse pode ter um blog onde se escarrapacha tudo o que é patologia, apresentando-se o seu autor como sendo um hipocondriaco compulsivo, sem "eira nem beira", demonstrando uma falta de respeito gritante por todos aqueles que sofrem realmente de algo. moliere está nos escaparates e na minha estante. para esse peditório não dei nem vou dar.humpf

    baú

    Aconteceu sim senhor. Tirei a bandeira do baú. Estava guardada para uma coisa destas. E soube taõ bem, foi como se já não tivesse um orgasmo há oito anos, oito. Ai se não foi. O que vocês não viram (mas vi eu) foi o pessoal, aqui da terra, a meter as bandeiras e cachecois azuis e brancos dentro dos carros e fazer inversão de marcha ali no nó dos Carvalhos. Eles queriam a praça mas ela foi ocupada por cachecois e bandeiras bafientas mas religiosamente guardadas, como quem guarda uma peça de enchoval. Mainada.

    Olha que linda

    440H0084.jpgO Benfica ganhou uma taça de Portugal. Olha a novidade. O rival foi o fcp e bateu-se muito bem. Olha a novidade. O Camacho glorificou os vencedores a respeitou os vencidos. Olha a novidade. O Mourinho bateu mal com a derrota. Olha a novidade. O Aviz não escreveu nada sobre o assunto e não linkou o "Público". Olha a novidade. Os blasfemos culpam o árbitro e louvam um espanhol, remalhando no Benfica. Olha a novidade. Os meus amigos portistas, do Porto, não queriam mais festas. Olha a novidade. Eu coloquei uma bandeira do Benfica na minha varanda, bem lá no alto. Olha que linda !



    domingo, 16 de maio de 2004

    links

    Fiz algumas alterações na lista de blogs linkados à direita. Durante a próxima semana entrarão mais alguns blogs que eu visito e me dizem algo. O resto é paisagem, mera troca de links, e eu não alinho nisso.

    de luto


    Pela segunda vez este ano o food-i-do está de luto. A morte é um facto irreversível, incontornável. O luto é a unica forma que temos de ultrapassar a impossibilidade de escapar à morte, enquanto acontecimento trágico. Que nos afecta e nos envolve.

    As minhas homenagens a quem sofre, neste momento. A minha palavra de conforto para a familia do Bruno e para a nação benfiquista. Viva o Benfica.

    sábado, 15 de maio de 2004

    coisas de nada

    Hoje é sábado e a minha filha anda de namoro com um miúdo e a minha mulher foi à missa com o meu “maisnovo”. Eu vim aqui, portanto, e não me apetece nada andar a vasculhar “o que diz blog”.
    Tenho para mim que um blog como o meu, pobrezinho, feito por um tipo sem formação e com grandes problemas de afirmação, ressentido e, ainda por cima, com o pequeno estatuto de constar no top 100 do blogómetro, precisa de ser actualizado constantemente. É pois necessário assumir que um blog não vale de nada se não for pertença de um intelectual ou de um fútil. Eu, que não sou uma coisa nem outra, estou, portanto, condenado “a me virar” como puder, doa a quem doer. Raios, e não me apetece nada virar-me para o lado sexual porque entendo que dessas coisas nem ao psiquiatra devo falar. Quero apenas com isto justificar que o que vou contar a seguir aconteceu mesmo e só o vou escarrapachar aqui porque tenho de falar de alguma coisa senão o “share” arde, “vai d’asa”.

    (esta coisa do “tenho” começa a fazer-me um efeito de náusea, de tal maneira que por vezes ponho-me a pensar que o melhor será abandonar estas andanças e partir para outra - "tonterias")

    Ora bem, vamos lá então ao que me aconteceu: hoje de manha,quando estava a subir um lanço de escadas rolantes do “Gaiashoping”, carregadinho de gente que por ali se passeava, a minha querida mulher, que estava um degrau abaixo do meu, quis repreender-me um comentário menos ortodoxo, sobre um assunto qualquer, e, vai daí, manda-me um topete, suposta e intencionalmente dirigido à minha perna. Só que o topete acertou-me em cheio num dos meus dois testículos -sim, tenho só dois. De modos que dei um grito sofrido, provocado por um esgar de dor terrível (aquela dor que só os homens conhecem ). Na “mouche”. Eu gritei, pois claro, e fiquei de cócoras e jurei que me ia queixar a algum lado ou até mesmo fundar uma associação de vitimas de maus tratos das companheiras.E toda aquela gente a olhar. E eu ali com cara de paixão de cristo.

    Façam o favor de saber que já não tinha uma dor daquelas desde os tempos em que jogava futebol com os amigos. Sim, porque a um jovem de 38 anos pede-se que deixe de fazer certas coisas, à cautela. Mas sosseguem os mais novos porque outras actividades surgem, igualmente boas e saudáveis.

    E mais façam favor em saber que eu adverti de imediato a minha mulher que, pela noitinha, ela iria "sofrer" de forma contundente as consequencias de tão brusco e infeliz gesto.

    Aqui fica, pois, este “relatório de sevicias” à disposição de algum interessado em justificar uma tortura que entretanto apareça. Nem que seja daqui a 20 anos.

    sexta-feira, 14 de maio de 2004

    it´s fridayyyyyyyyyy

    Estava eu sentado numa casa de banho pública, fazendo as minhas necessidades,quando ouço „Oi, tudo bem???


    Não é que goste muito de conversas nestes momentos...muito menos não sabendo quem se encontra do outro lado, mas não sendo indelicado... Respondi „Estou optimo!”

    E o outro pergunta: „O que é que estas a fazer?“
    Mas que pergunta mais sem lógica. Achei até um pouco bizarro, mas respondi: „Então. Acho que o mesmo que tu...“

    Agora que estava a chegar ao ponto alto da situação...oiço:
    „Posso ir ter contigo?“ OK, esta já foi demais, mas não querendo ser mal educado. Respondi: „Não....Neste momento estou muito ocupado....!“

    Então oiço ele a responder: „Olha ...eu ligo para ti mais tarde, porque tenho um Idiota sentado aqui ao lado,cada vez que eu falo ,ele responde.....“


    [thank's to Virtual_me ]

    quinta-feira, 13 de maio de 2004

    não

    Não. Não me envies esse video exibindo um homem sendo decapitado por outros homens. Eu simplesmente não alinho nisso, e quero que saibas disso. Manda-me as anedotas estafadas de sempre, manda-me inclusive, aqueleas fotos de silicone, habitando Pamela Anderson. Ok, desta vez não vou deitar fora. Prometo que leio, até ao fim, a anedota mais densa que me enviares. Desta vez leio. Agora não ouses enviar-me esse filme. Porque tenho dignidade.

    The Shawshank Redemption

    A petição sobre a pretensa vontade em “libertar” a irmã Lúcia, carmelita, (e aqui é necessário saber-se um pouco sobre esta congregação) que vive em clausura há muitos anos é, tenho que o dizer, um autêntico disparate.
    Se a senhora acredita, tem a sua fé e aceita a sua condição de “escrava” – não ao serviço de um “dono” mas sim ao serviço da sua própria fé, que está fundada na religião católica e no acontecimento de 1917, que marcou de forma indelével a sua fé bem como a de milhares de pessoas; porque raio há-de um homem exigir a sua “libertação”? Não será isso também uma forma de fundamentalismo? Acaso estará ela preparada para o mundo “cá fora”? Estou a lembrar-me daquele velho no filme “The Shawshank Redemption” (1994) que sai em liberdade após uma vida inteira na prisão e, livre que nem um passarinho, acaba por se enforcar. Isto explica bem que muitas vezes devemos ter em conta o passado enraizado nas pessoas. Devemos sempre olhar o ser humano e não o objecto que ele possa representar. Por isso apelo: deixem a pobre Lúcia em paz. Ela não é bem um caso de “fundamentalismo”. Ela é um assunto de fé traduzido na mensagem humana e não na imposição de uma crença pela força e pela guerra.

    quarta-feira, 12 de maio de 2004

    não estou nessa plateia


    eu já tinha reparado que o jornal "expresso" estava feito numa caca. lembro-me muito bem daquela primeira página a anunciar que o rangel se ia separar da margarida. logo ali decidi deixar de comprar o jornal, que lia desde que comecei a ganhar dinheiro.por isso não li essa anedota de que a "anacom" (entidade que conheço bem por motivos profissionais) ia mandar acabar com os blogs. mas houve muita gente que leu e protestou. e protestou porque ainda acredita que o "expresso" tem a credibilidade de outros tempos. eu já estava convencido que não. por outro lado confesso que me tenho dado mal com a falta das crónicas do j.p coutinho. ele era o meu gato fedorento, juntamente com o "zé manel" da "a bola". resta-me pois apreciar as colecções das cidades e terras de portugal que muito jeito me dão sempre que vou para fora cá dentro.

    eu também quero uma tortura

    - oi é da telepizza?
    - não senhor. é de barrancos.
    - não tem por aí nenhum touro a ser torturado?
    - só no verão. apareça no verão.
    - nã nã. tenho de encontrar qualquer merda para mostrar que a esquerda em portugal tortura muito mais.
    - mas aquilo não é tortura.
    - ai não? então leia a crónica do vasco graça moura e veja bem como ele consegue burilar e esticar ao máximo alguns episódios menos ortodoxos passados no PREC.eu cá faço ainda melhor porque vou tirar fotos do touro em sangue.
    - houve torturas no PREC? não sabia.
    - então não leu o "relatório"?
    - pah para ser franco só me interesso por casos de tortura ao estilo hollyhood. tá a ver? essas do relatório nem sequer quimaduras de cigarro contemplam. os gajos, à beira da PIDE eram uns aprendizes.
    -o touro. quando é que o touro vai ser amarrado e picado e barbaramente insultado?

    terça-feira, 11 de maio de 2004

    todos à pia

    Estou a imaginar aquela bacia branca, banhada de esmalte e sobre um lindo suporte de ferro forjado, ladeada por um enorme jarro de água e escrupulosamente arrumada no melhor quarto das melhores casas. Vem isto a propósito para dizer que reparei que muitos "bloggers" lusos foram à pia lavar a cara. Não porque tenham sido pró-activos - nada disso. Apanharam boleia no "Blogger", simplesmente. Mas foi uma espécie de "efeito alcateia".
    Compete-me pois saudar, com muito agrado, esta mudança. Os novos templates mais arrumados, mais brancos e simplificados, dão outra vida ao meio. Estou mesmo a ver o "Weblog.pt" a deitar contas à vida com este "up-grade" da concorrência, que certamente alguns danos irão causar. Esperemos que não, porque o "Weblog.pt" tem sido um verdadeiro bastião na propagação e divulgação da blogosfera portuguesa.


    Outro?


    Mais um jogador do meu clube cai inanimado. Que se passa?

    ficções

    O Verdocas é um menino muito simpático. O Verdocas lava os dentes três vezes por dia, todos os dias, e termina sempre os trabalhos de casa, mesmo antes de começar o seu programa favorito.
    O Verdocas mudou de escola e continua a ser um excelente menino. Canta no coro da igreja presbiteriana da cidade e não mostra incidios de excesso de peso. O Verdocas é muito criterioso na escolha dos seus alimentos.
    O Verdocas entrou na academia e apreende com elevada modéstia o espirito militar sem, com isso deixar de lado os valores de cidadania que lhe foram transmitidos pelos pais. O Verdocas é agora oficial do exército e toda a família está contente.
    O Verdocas vai agora para o Iraque chefiar um pequeno pelotão. O Verdocas sabe que vai numa missão de liberdade e jura que está preparado para lidar com situações estremas de guerra. O Verdocas é um jovem oficial confiante no seu país e nos valores que ele representa.
    O Verdocas regressa da guerra, são e salvo, para muito orgulho da família. O Verdocas é agora um veterano de guerra, um heroi, e dá entrevistas e participa em conferencias especializadas no Médio Oriente.
    O Verdocas conseguiu um cargo muito importante numa multinacional americana a operar no Golfo. A família está feliz e sabe que o Verdocas se apresta para casar.
    O Verdocas aparece em pelo menos 5 fotografias publicadas sobre as torturas no Iraque.

    segunda-feira, 10 de maio de 2004

    segunda


    "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas" Jesus, In Mateus 23


    Reparei que a direita blogosférica anda muito empenhada em tentar justificar o injustificável. Atiram-se a tudo o que possa ter sido tortura para branquear a cobardia americana. Vasculham o passado, recente e não só, de outros protagonistas, procurando com isso apaziguar o sentimento de contestação que grassa em tudo o que é meio de opinião. Não lhes custava nada terem ficado apenas pela admissão dos factos e consequente condenação. Não chegou. Foi preciso vasculhar a merda seca do passado. Foi necessário dizer bem alto: outros o fizeram. Nós já sabemos que outros torturaram (até podíamos ir à história dos descobrimentos para sacar disso evidencias). O que importa saber é que não basta uma potência apresentar-se ao mundo como sendo os “salvadores” ao serviço da democracia. Não é suficiente. É necessário comportarem-se como tal. É urgente perceberem que o mundo está cansado de vilões. O mundo precisa de actos sérios e justos. O mundo está cansado de tantos fariseus.

    [o cartoon foi-me indicado via Perestroika Café (thanks Sónia)]

    sábado, 8 de maio de 2004

    eggs and sausage

    eggs and sausage and a side of toast/ coffee and a roll, hash browns over easy /chile in a bowl with burgers and fries/ what kind of pie?” (Eggs and Sausage, Tom Waits)

    Sábado, 6.20. Sentado à mesa do café “Cruz de Cristo", estranho nome para um sitio onde se faz tudo menos falar com Cristo, aguardei pacientemente aquele “cimbalino”. Sical mas cimbalino. Olhava os meus amigos, cansados e famintos, escolhendo cada um sua sandocha, e realizei que estava velho.
    Tinha acabado de regressar da cidade. Duma noite talhada para a diversão e, afinal, retalhada por miúdos de pequenos olhares esgazeados e apostados em me chatear a tola. Realizei que estava velho e deu-me vontade de estar só, a ouvir Tom Waits que, estava certo, era o único capaz de me compreender naquele momento. Para tras tinha ficado uma péssima experiência passada no “meu mercedes” aquele bar de que já aqui falei. Umas tipas despudoradamente atiradiças, suspeitas, insinuadas, a atirar-nos um rol de perguntas perfeitamente voláteis e de circunstancia: “São amigos?, irmãos? Aquele tem ar de ser o que está melhor na vida”. “Vamos todos juntos a uma discoteca dançar”. “ A malta vai ao” Bo´Bó” em Matosinhos. Venham connosco”.
    Eu andava por ali perdido na minha cerveja e como aquele bar não é grande, acabei por me ver envolvido naquela conferencia espontânea. Ao fim da decima quinta pergunta, que os meus colegas respondiam como podiam, já eu dizia, com azeda ironia: “Sou casado e ando às gajas”, esperançado em que elas desistissem. Mas elas não queriam saber disso. Hoje em dia nenhuma miuda dessas parece intimidar-se com tamanho descaramento. O que elas queriam era aproveitar uns tipos que ali estavam, supostamente frustrados, e cegos por um tempinho extra de “society-success”. De modo que continuei irascível: “ Se me apetecesse dançar eu não tinha vindo aqui, a este bar”. Elas atiravam-se para os mais receptivos do meu grupo, como quem procura a chave para a solução do problema. E logo um dos nossos dizia que sim, que podíamos ir. Eu encostara-me à parede e fumava. A moça mais descarada atirou-se a mim percebendo que eu era o grande obstáculo:” As pessoas pequeninas é que não alinham, não respondem. Vêem uma miúda a falar para eles e assustam-se”; e eu: “Olha lá pequena, já te ocorreu, antes de atirares esse relambório todo, que muitas vezes pode dar-se o caso de a determinada pessoa não lhe apetecer falar? Simplesmente não lhe apetecer?” a miúda foi aos arames e chamou-me agressivo. Eu tinha conseguido. E o sinal da minha vitória foi dado quando dois ou três putos se aproximaram de nós, e a “miuda-irreverente-moderna” apresentou-me um deles como sendo o seu namorado. Cumprimentei-o e prestei-lhe as minhas homenagens. Algum tempo depois o grupo foi embora e nós ali ficámos, a ouvir musica e a beber.
    Mais tarde, no café Cruz de Cristo, percebi o peso da minha cruz: descobrir que estava velho. Aquela dose de cafeína dizia-me que tudo tinha sido um equivoco, que elas não andavam no engate, nem eram assim tão má gente. Eu é que já não tenho paciência para estes grupos espontâneos, estes ajuntamentos de pessoas mais ou menos identificadas com o facto de serem jovens. E fui para casa dormir.

    sexta-feira, 7 de maio de 2004

    manolo

    já sabia que o blogame mucho era um excelente blog. habituei-me a ler os deliciosos textos do besugo e da lolita (devo dizer, por honestidade, que do paco conheço pouco), mas tenho que me congratular com a entrada do manolo em cena. bom na pena e óptimo na sensibilidade, ainda mais excepcional no substrato. ah! e benfiquista. um muito bom para o bloga-me.

    a não perder


    Diana Krall : Jazz à Marciac 2003 Inédit. hoje às 23.50 no Mezzo TV.


    coisas de nada

    Certo dia, andava eu a vender telefones para uma multinacional, no tempo em que ainda não havia telemóveis, e desloquei-me a Barcelos, onde me esperava o “fecho” de um importante negócio. Os empresários do Norte são muito conservadores e nestas coisas de vendas é imperativo nunca termos que pedir desculpa pelo atraso. De modo que ainda faltava cerca de uma hora para a reunião e eu já avistava a igreja matriz, muito arrumadinha entre os paralelos e o enorme lajedo, características daquela bela cidade à beira Cavado.

    Acontece que, se por um lado temos a graça de controlarmos os esfíncteres, por outro, e quando o nervoso miudinho comanda a coisa, o intestino manda que se procure solução para a mais tranquila evacuação. De maneiras que o mesmo estabelecimento que me serviu o segundo café do dia também me forneceu acomodação para a nobre tarefa de dar sossego ao aperto. Quem anda nesta vida de vendedor sabe bem os cuidados necessários a ter quando andamos de casa de banho em casa de banho, ora a Norte ora a Sul, e eu habituei-me a forrar muito bem forradinho o rebordo de qualquer sanita acolhedora, com artes de bem trabalhar o papel higiénico. Há, alias, um sem número de tiques engraçados que nos encravam o comportamento. Estou a lembrar-me, a propósito, de um outro tique que manifestava, sempre que ia jantar a casa da minha querida sogra, e que me veio dar resposta àquele intrigante olhar “de rola” que ela me fazia persistentemente: sentava-me à mesa, pegava no prato limpíssimo e limpava-o invariavelmente, dando voltas e mais voltas com o guardanapo. Era automático, uma espécie de ritual.
    De volta à casa de banho de Barcelos, e finda a matinal obra de arte, urgia pressa em sair dali. Cinto apertado, mãos lavadinhas e gravata ajustada, estava pronto a fechar a venda, agora aliviado e mais confiante.
    A adjudicação – palavra caríssima aos chefes de venda –, resolveu-se rapidamente. Agora era tempo de conversar. Sendo eu muito conversador, herança trazida da minha avó materna, tudo me servia para linguarejar (um dia até citei José Régio – o “Cântico Negro” – a um cliente de Vila do Conde), de modos que o formalismo da coisa já tinha ardido fazia tempo. E em chegando a hora das despedidas, “mais uma vez parabéns pela preferência, “tive muito gosto”, e outros mimos, dirigia-me eu para a porta quando o meu cliente dá uma grande e bem sonora gargalhada. Ele acabara de ver um tipo de fato preto, a semear papel higiénico pelo chão. Uma cena digna do “charlot”. Percebi ali que não dei conta de que um enorme pedaço de papel higiénico ficara colado na minha perna direita.
    A partir desse dia, fiquei com mais um tique: passar as mãos pelas coxas sempre que acabo de me servir de uma casa de banho pública.

    quinta-feira, 6 de maio de 2004

    burrices


    O tema é: o jornal "record" diz que o Benfica está interessado em contratar o João Pinto que, ao que parece, não vai continuar no Sporting. Até aqui nada de novo. Acontece que tenho a vaga sensação de que anda aí uma tropa de gente a defender que é obrigatório ir buscar o "menino de ouro" porque, assim, repara-se um grave erro na gestão desportiva de Vale e Azevedo. Só não percebo como é que essa gente ainda não foi buscar o José Mourinho, reparando assim a maior burrice jamais feita por qualquer Direcção em toda a história do Benfica.

    recomendar

    Willem Breuker Kollektif


    Noite o que é: é, por exemplo, permanecer em casa, tranquilo e sintonizar o canal mezzo e apanhar um espectaculo ao vivo, assim de repente, e quando menos esperas ficas grudado naquilo.

    quarta-feira, 5 de maio de 2004

    pregão

    "Amanhã, o Abrupto fará um ano" in Abrupto


    Meus queridos amigos, amáveis leitores, indefectíveis inimigos e recalcados indiferenciados: amanha o Abrupto celebra um ano de vida. Como homenagem a esse grande blog, editado por essa grande figura da vida intelectual portuguesa, lida por milhares de admiradores confessos e mais um milhar de "ressentidos", gostaria de propor uma moção de louvor traduzida por um simples post, nos blogs aderentes, dizendo: "Parabéns Abrupto". Estou certo de que ele não se “espantará” e talvez “s'avergonhe”.

    ai como é bom

    Da minha janela vejo um campo verde, polvilhado com aquele amarelo lindo e povoado por alguns pinheiros jovens. No solo saltitam dois melros pretos, frenéticos. Devem andar de namoro. Ai como é bom namorar.

    carta aberta a Catarina

    Ó minha querida amiga Catarina, tu vê lá se republicas o teu blog porque eu gosto dele. E a propósito daquela pequena conversa que tivemos à mesa, devo confessar-te que fui consultar o "blogshares" e tenho a dizer-te o seguinte: procurei o meu blog e apareceram-me "3 matchs found" com o mesmo URL e surpreendi-me com duas coisas: cada um tinha uma avaliação monetária diferente ( um deles até dizia que era um blog em crescimento - é o que dá ir a almoços) e aconselhava investir. E mais fiquei a saber que não sou dono de nenhum deles. Olha a minha desgraça. Falido e sem a minima possibilidade de ganhar uns trocos com o bloguito. Conclusão: aquilo é uma brincadeira e o "food-i-do" continua meu, só meu ( que nem um mágnum amendoa ). Por isso te peço: republica o teu blog. detesto vê-lo 100nada.

    parabéns

    quem me conhece sabe que eu sou tudo menos "politicamente correcto". vem isto a propósito para dizer que, não sendo portista, aliás, detestando o fcp, cumpre-me endereçar os meus parabéns a esta malta e a todos os outros que comungam da paixão azul e branca. vivendo eu em gaia e numa prédio com vista para o mar e para a galiza, de quando em vez, e se o vento for de favor, oiço as vozes de "nuestros hermanos", trazidas pela brisa da madrugada. esta noite, porém, ouvia os galos em voz embargada pela tristeza, condenados ao canto dorido e sofredor "có-có-ru-co-ru-nha". digamos que tiveram o seu canto dos cisnes.

    terça-feira, 4 de maio de 2004

    sobrou comida, ainda

    "Altino ("Food-i-do") preferiu deixar para segundo plano a blogoesfera, salientando o facto de estarem juntos e explicar que o motivo da sua presença foi o almoço: "É que a escrever dou alguns erros, mas a comer há poucos como eu", gracejou". [in Jornal de Notícias]

    o "estaporado" do jornalista que fez esta peça tinha logo que citar uma frase que eu roubei ao Gandra. eu explico: o camionista é um amigo meu e brincalhão como o caraças, e como entrámos "ambos os três" ele, ao ver aquela fartura toda, atirou-me logo: "altino, eu sou mau a escrever mas sou bom a comer". achei cá uma piada que nem vos conto. e quando estava a falar com os jornalistas deixei cair uma data de frases. os gajos só escreviam; e olhavam para mim, claro; e eu sempre a dar ao dente. resultado: impressionei-os, caragu. fui convincente, raios (afinal eu até sou vendedor). não podia imaginar que eles iriam rematar o artigo com aquela brilhante citação. fica aqui o reparo "a cesar o que é de cesar".

    que saudades que eu já tinha...


    será que Carlos Cruz vai sintonizar a RTP1 logo ao final do dia ou vai dar cabo das audiencias ao fcp?
    (foto de Rui gaudêncio/público)

    DIRECAO GERAL DE VIACAO


    Entra em vigor, no dia 1 de Maio de 2004, o seguinte:


    1 Obrigatoriedade de todos os carros terem como "acessório" um colete retro-reflector.

    2 Obrigatoriedade de todos os carros terem dois triângulos.

    3 Passa a contra-ordenação grave o acto de atirar objectos incandescentes (beatas) para o exterior do veículo.

    4 Apreensão de carta para quem estacionar em passadeiras ou nos passeios,impedindo a passagem dos peões.

    5 Saber ler e escrever e obrigatório para a obtenção da carta de condução.

    6 Agravamento das multas para o excesso de velocidade e álcool. (No que respeita a velocidade dentro das localidades, passa a ser considerada contra-ordenação grave exceder em 20 km/h os limites legalmente definidos (70 km/h) e muito grave exceder em 40 km/h.)

    7 Conduzir com taxa de álcool acima de 0,8 g/l dá multa entre 500 a 2500 euros.

    8 O período probatório (para recem-encartados) passa de dois para três anos.

    9 Quem utilizar o telemóvel sem auricular ou sistema de alta voz vera a carta apreendida.

    10 Apreensão de carta prevista nos casos de desrespeito pelo sinal de paragem obrigatória nos cruzamentos, entroncamentos e rotundas.

    11 Agravamento das coimas relacionadas com o desrespeito a prioridade de peões.

    vontades

    Vou fazer a vontade ao terras do nunca mas, desta feita, não vou pegar num "ódio-link" - as minhas queridas células beligerantes estão a ficar cansadas de tanto bater em ceguinhos. Como pessoa atenta proponho que pensem seriamente em visitar este blog porque, sendo um blog originariamente "colectivo", ele começa a ser, cada vez mais, um certo reflexo de uma interessante visão a partir de França (Paris), dado um dos seus colaboradores (olá Sónia) ter "pegado" no blog de forma viva e energética, dando-lhe um ar muito mais interessante. Vão lá e vejam.

    palavrasII


    Pois, cá está do latino sponsus, mas nem a origem latina salva esta palavra horrenda. Diga-se mulher, boazona, porta-aviões, o que se quiser, mas tudo menos esposa.

    Qualquer bota da tropa, hoje por hoje, deixou de se referir à companheira com quem vive, utilizando a palavra “esposa”. Uns fizeram-no por simplicidade, trivialidade oral, outros fizeram-no por influência. As tias abandonaram-na por simples moda sazonal. Outros ainda a empregam por distracção, ou porque gostam de dar um toque formal ao, cada vez mais informal, estado civil que ela encerra . O que me espanta na frase que acima transcrevo não é a sugestão subliminar em abandonar a tal palavra. “M’avergonho” é com a sugestão que se segue: “porta-aviões”. Calma aí!!! Então já viram o que significa um tipo referir-se à sua mulher como se de um porta-aviões se tratasse? Confundida com um local público alagado, pronto a deixar-se aterrar por tudo o que é fuselagem? Sai-te Nero!! Mal por mal, preferia chamar-lhe bicicleta: tinha assim a certeza que quem a montava era eu e, se por um acaso ela me escapasse, seria, no mínimo, montada por um de cada vez. Agora por aviões…

    segunda-feira, 3 de maio de 2004

    sobrou comida

    ainda o almoço de bloggers. meio mundo sabia da existência desta tertúlia muito bem organizada pelo Orlando. se tomarmos em consideração que existem 3.000 blogs portugueses (segundo me informou o basfemo presente no almoço), e se atendermos ao número de aderentes a este encontro (mais de 30 blogs representados), só temos razões para estar satisfeitos com o resultado da iniciativa. por outro lado não quero acreditar que gente “realmente” famosa (sim porque eu, não sendo nobre, tenho cá a minha fama) não tivesse tomado conhecimento desta iniciativa, repito, muito bem divulgada na blogosfera lusa. por isso não acredito que o aviz , o mesmo blogger que tem olhos para tanta porcaria que se edita ( e eu tenho que dizer que este aviz, por vezes, decepciona-me ao fazer referencia a iniciativas de blogs-palha , de forma gratuita e aparentemente bajuladora) de certeza que sabia deste evento. não aderiu e está no seu direito. o mesmo deve ter acontecido ao blog-que-nos-dá-sempre rabanadas-mesmo-não-sendo-natal. estão, portanto, estes e outros afins, no seu pleno direito em desprezarem coisas destas. em aqui chegados, eu pergunto: como seria se pelo menos um desses colegas se tivesse inscrito no almoço? será que o “tromba rija” chegaria para tantos, ou teríamos que alugar a sala dos “plebeus avintenses”? será que teríamos apenas (e já não foi pouco, diga-se) dois jornais a fazer reportagem ou teríamos a marginal cheia de carros de exteriores e um sem número de repórteres a estragar as magnificas fotos tiradas daquela solarenga varanda? tenho para mim que ambos já devem ter lido qualquer coisita sobre o referido almoço. e até aposto que pelo menos um deles gostaria de poder ter estado ali, a avaliar pelos seus artigos gastronómicos e pelo gosto pela tertúlia que sempre demonstrou. fiquei com uma certa pena pela ausência deles. não porque veja nisso prejuízo para os que foram, mas sim porque acho que os ausentes perderam um certo sabor a gente com aromas de simplicidade e carácter. foi o que perderam. talvez o caruncho da fama cheire mesmo muito mal, talvez quem sabe. e não me venham com respostas do tipo “ eu adorava ter ido mas a minha agenda não mo permitiu” . isso é inadmissível porque faltou uma palavra, por mais singela. faltou uma pequeníssima referencia, por mais despicienda. faltou respeito. sobrou comida.

    o porto é muito mais lindo visto de gaia

    440H0084.jpg440H0085.jpg440I0092.jpg
    fotos captadas por telemóvel, na tarde de 1 de maio de 2004, por ocasião do almoço de bloggers.

    domingo, 2 de maio de 2004

    Tu sabes como é

    Uma zanga entre amigos é coisa filha da puta. Tu sabes como é, estás numa boa, a divertir-te com os teus amigos e, de repente, o álcool começa a funcionar como uma “intifada” na tua cabeça. Tu já não sabes o que dizes nem o que fazes, não ouves tudo bem à primeira e reages quase sempre mal. O pior é que os amigos estão ali e aturam-te, têm de levar contigo, com os teus caprichos merdosos e os teus enjoos de ira. Às tantas tu armas um grande estrilho e entornas o caldo. E os amigos reagem mal. Tu ficas confuso, sentes-te só e precisas de uma mão, de alguma mão que te possa envolver e acalmar a tua ira alcoólica. Ninguém te pode valer, todos saem em debandada. É uma daquelas cenas em que tu já não és nada. És um trapo empoleirado na tua voz de álcool que te ensurdece e te cega. Tu sabes que perdeste ali um ou dois amigos, talvez três. Tu tentas obter uma resposta lógica naquele espaço de ideias turvas. Tu és fodido e estás muito confuso. Tu sabes amigo, uma zanga entre amigos é coisa filha da puta.

    sábado, 1 de maio de 2004

    prazer VI

    "o meu blog é um espaço meu. escrevo no blog da mesma forma que um cão mija no mesmo poste, sempre que sai à rua. ambos deixamos uma marca nossa, na expectativa de que alguém vá lá cheirar."

    prazer V

    "posso ser mau a escrever mas sou muito bom a comer"

    prazer IV

    "porque é que fiz um blog? Fiz um blog por necessidade de afirmação"

    prazer III

    "Ó senhor jornalista, olhe que não. ao "Abrupto" pode chamar-lhe o que quiser, mas nunca deverá ser referido como exemplo de blog"

    prazer II

    "olha, este é que é o Altino Torres do "food-i-do". pensava que eras mais velho"

    prazer

    fui ao almoço de bloggers no porto e gostei. estou cansado, mas feliz. foi bom conhecer-te caro blogger. foi muito bom ter estado contigo, caro amigo. foi óptimo ouvir a tua voz sábia, caro companheiro. foi “altamente” pronunciar o meu sotaque tripeiro e sentir que o ouvias com particular satisfação. foi deslumbrante ver o teu sorriso. foi académico conversar contigo. foi um prazer.

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