A petição sobre a pretensa vontade em “libertar” a irmã Lúcia, carmelita, (e aqui é necessário saber-se um pouco sobre esta congregação) que vive em clausura há muitos anos é, tenho que o dizer, um autêntico disparate.
Se a senhora acredita, tem a sua fé e aceita a sua condição de “escrava” – não ao serviço de um “dono” mas sim ao serviço da sua própria fé, que está fundada na religião católica e no acontecimento de 1917, que marcou de forma indelével a sua fé bem como a de milhares de pessoas; porque raio há-de um homem exigir a sua “libertação”? Não será isso também uma forma de fundamentalismo? Acaso estará ela preparada para o mundo “cá fora”? Estou a lembrar-me daquele velho no filme “The Shawshank Redemption” (1994) que sai em liberdade após uma vida inteira na prisão e, livre que nem um passarinho, acaba por se enforcar. Isto explica bem que muitas vezes devemos ter em conta o passado enraizado nas pessoas. Devemos sempre olhar o ser humano e não o objecto que ele possa representar. Por isso apelo: deixem a pobre Lúcia em paz. Ela não é bem um caso de “fundamentalismo”. Ela é um assunto de fé traduzido na mensagem humana e não na imposição de uma crença pela força e pela guerra.
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