terça-feira, 4 de maio de 2004

palavrasII


Pois, cá está do latino sponsus, mas nem a origem latina salva esta palavra horrenda. Diga-se mulher, boazona, porta-aviões, o que se quiser, mas tudo menos esposa.

Qualquer bota da tropa, hoje por hoje, deixou de se referir à companheira com quem vive, utilizando a palavra “esposa”. Uns fizeram-no por simplicidade, trivialidade oral, outros fizeram-no por influência. As tias abandonaram-na por simples moda sazonal. Outros ainda a empregam por distracção, ou porque gostam de dar um toque formal ao, cada vez mais informal, estado civil que ela encerra . O que me espanta na frase que acima transcrevo não é a sugestão subliminar em abandonar a tal palavra. “M’avergonho” é com a sugestão que se segue: “porta-aviões”. Calma aí!!! Então já viram o que significa um tipo referir-se à sua mulher como se de um porta-aviões se tratasse? Confundida com um local público alagado, pronto a deixar-se aterrar por tudo o que é fuselagem? Sai-te Nero!! Mal por mal, preferia chamar-lhe bicicleta: tinha assim a certeza que quem a montava era eu e, se por um acaso ela me escapasse, seria, no mínimo, montada por um de cada vez. Agora por aviões…

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